Brasília – Um eleitor responderá por crime de racismo no Distrito Federal. “Ele teve a intenção clara de me ofender e dizer que eu era inferior a ele pela cor da minha pele”, afirmou Carmem Lúcia Peixoto Guimarães, que trabalhou como segunda secretária de uma seção eleitoral no Lago Sul, bairro de classe média e alta da capital.
Assim que a votação terminou, Carmem registrou queixa-crime contra o eleitor na Delegacia de Polícia e, agora, irá interpelá-lo judicialmente exigindo retratação. De terno e gravata borboleta, o homem de 53 anos invadiu a seção para reclamar que Carmem passava idosos com mais de 65 anos – que têm prioridade para votar – e mulheres grávidas na frente dos demais da fila.
“Estamos numa República de Bananas, e essa negrinha é típica disso”, gritou o homem, que ainda teria tentado agredir Carmem fisicamente.
Em outra seção, o assistente de direção de uma escola pública Omar Soares Junior, 47 anos, foi vítima de coação eleitoral. “Muito me admira o senhor com botom do PT, o senhor deveria votar em quem lhe paga”, lhe disse um gerente regional de ensino e cabo eleitoral da candidata Eurides Brito, ex-secretária de Educação do Distrito Federal.
“O voto é livre, voto em quem quiser”, revidou o professor, que tem cargo comissionado. O gerente teria ameaçado tirar o cargo de Junior, que denunciou o caso à Delegacia de Polícia.
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