O direito dos comerciantes de armas quanto ao seguimento de seus serviços ganhou no Paraná um eleitor de peso. O governador Roberto Requião antecipou a disposição de votar pela manutenção da venda de armas no referendo que se avizinha.
É provável que os apologistas da causa queiram contar com a imagem e a voz do governador paranaense na propaganda gratuita de rádio e televisão. No entanto, é preciso acrescentar que Requião defende também a adoção de normas rígidas para regulamentar o comércio de armas.
Um argumento forte do governador é que o cidadão probo não pode ficar à mercê dos agentes da criminalidade, aos quais não há barreiras para a aquisição de armas pesadas e munições, já que não recorrem aos meios formais. Nesse particular, apesar das loas entoadas à eficiência do aparato policial do Estado, estão justificados os que se recusam a crer na vã suposição que a cidadania esteja inteiramente protegida.
Por outro lado, é aberrante a estatística das 40 mil mortes anuais causadas por armas de fogo no País. Na maioria dos boletins de ocorrência a motivação para esses crimes tem raízes no passionalismo, vinganças, desentendimentos pessoais ou meros acidentes.
Esse é um quadro ominoso que precisa mudar com urgência e a proibição do comércio de armas será um passo decisivo, ao que parece, já firmemente delineado na consciência nacional.