Eleito não deve alcançar meta de redução de mortalidade, diz Ministério

Brasília – Mantido o ritmo atual de melhora da saúde, o próximo presidente não conseguirá atingir a quinta Meta do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). O país não deve reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna, segundo estimativa do próprio Ministério da Saúde.

Os principais motivos são os partos mal feitos e a falta de qualidade dos serviços médicos, na avaliação do secretário de Atenção Básica do Ministério da Saúde, José Gomes Temporão.

Em 1990, a mortalidade materna no Brasil era de 64 mulheres a cada 100 mil partos. Para atingir a meta, o país teria de reduzir o número para 16 mortes a cada 100 mil.

O último dado disponível, de 2003, indica que há, em média, 73 mortes a cada 100 mil partos no país. O número é pior que o de outros países, com piores condições de vida que o Brasil: como Albânia, no Leste Europeu, com 55 mortes; e China, com 56. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

?A mortalidade se mantém alta, talvez um dado incompatível com o desenvolvimento da sociedade brasileira?, diz o secretário. ?Vamos conseguir redução dos índices, mas talvez não consigamos cumprir a meta. Estamos trabalhando para chegar perto?, destaca.

Há muitas diferenças entre os estados. Em 2001, a taxa de mortalidade materna era de 57 por 100 mil no Nordeste e de 44 no Sudeste. Mas a taxa não é um reflexo da desigualdade regional brasileira, na opinião do Temporão, mas sim resultado da falta de qualidade dos serviços médicos. ?Ela é muito alta no Rio de Janeiro, onde não deveria ser. Tem a ver com a qualificação obstetra na própria maternidade, com a qualidade da atenção prestada?.

Outro motivo da disparidade, segundo Temporão, é a falta de qualidade dos dados sobre mortalidade. O ministério considera que nem todas as mulheres que morrem em decorrência do parto, tem a causa da morte identificada. Isso faz com que a região Sul tenha indíces mais altos que o Nordeste, em alguns anos.

As principais causas das mortes são hipertensão arterial e a hemorragia, respectivamente. Falta melhorar os serviços de ?prevenção, pré-natal e atenção ao parto na maternidade?, avalia o secretário.

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