Eleições 2004: Richa diz ser “solução”; Vanhoni, “mudança”

Os coordenadores das duas campanhas à prefeitura de Curitiba colocaram as cartas na mesa já no primeiro programa do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Beto Richa (PSDB), que terminou o primeiro turno com 35,06% dos votos, apresentou-se como “solução” e acentuou que é candidato “independente”. No programa de Ângelo Vanhoni (PT), que teve 31,18% dos votos no primeiro turno, o candidato foi apresentado como “mudança de verdade” e registrou que Richa é o atual vice-prefeito, representando o “continuísmo”.

O tucano disse que está enfrentando uma “campanha milionária” e reclamou do que chamou de “vale-tudo”. “Agora é agressão todo dia”, afirmou. Na televisão, ele procurou mostrar intimidade com os curitibanos, apresentando imagens de suas visitas a bairros e a promessa de que não será “prefeito de gabinete”. “Vou estar presente nos bairros”, garantiu. Vereadores que o apoiaram no primeiro turno das eleições tiveram espaço no programa, assim como o deputado federal Gustavo Fruet (sem partido). “Se só um grupo tomar conta ninguém vai fiscalizar”, disse Fruet, referindo-se ao fato de o candidato do PT ter apoio do governo federal e do governo estadual.

Para Vanhoni, o que é criticado por Fruet passou a ser um trunfo de campanha. A imagem mais constante do candidato é ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Roberto Requião. O petista também reclamou que no primeiro turno em razão de vários partidos pequenos estarem-no atacando, “o debate ficou desigual”. “Meu opositor é vice-prefeito e é responsável pelo que está acontecendo em Curitiba”, registrou. Para ele, a diferença que pretende é uma administração mais popular. “Governar a cidade de uma forma mais transparente, com ética na política, fazendo com que a sociedade participe”, afirmou.

Com o anúncio do ex-candidato do PPS, Rubens Bueno, de que tanto ele quanto o partido não irão manifestar preferência por nenhum dos candidatos, as duas coordenações estão atrás dos apoios individuais.

Hoje, de olho nos 20,04% de votos do PPS, o PT começou a divulgar no rádio e na televisão que “votar no Vanhoni é como se você estivesse votando no Rubens Bueno”. Bueno considerou essa atitude “propaganda enganosa”. Para ele, a questão precisa ser analisada do ponto de vista da lei eleitoral para “não deixar que isso venha a influenciar o eleitor”. A assessoria jurídica do partido está analisando a possibilidade de alguma ação na justiça. Vanhoni disse que o assunto pode ser resolvido apenas com um telefonema entre ele e Bueno. “Se tiver excesso nós retiramos e modificamos”, afirmou.

Nesta quinta-feira à tarde, o ex-candidato do PL, Mauro Moraes, que obteve 4,73% dos votos, anunciou apoio ao PT, num evento no Hotel Rayon, um dos mais luxuosos de Curitiba. E contou com a presença do governador Requião e vários secretários de Estado. Mas os liberais estão divididos para o segundo turno, pois um grupo de vereadores e ex-candidatos do partido, entre eles, o Pastor Valdemir, segundo mais votado em Curitiba, já está engajado na campanha do tucano.

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