Segundo o jornal português ?Público? as eleições presidenciais brasileiras foram um marco do fim do coronelismo na política nacional. Em mais de uma página e meia, o enviado do jornal para cobrir as eleições brasileiras conta que o primeiro turno representou a queda de figuras como Orestes Quércia, Paulo Maluf, Fernando Collor de Melo, Newton Cardoso e Leonel Brizola, além de ter abalado o domínio dos Sarney no Maranhão.
O único político tradicional que manteve seu poder foi o senador eleito Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que em entrevista ao jornal nega ser um coronel: ?Sinto vontade de rir porque sou filho de um professor universitário pobre, nem sequer nasci no interior, nunca tive nenhum poder de coronel, nunca tive sequer outras coisas, senão o voto do povo e até hoje sou a pessoa mais querida da Bahia?, respondeu o político, que diz ter boas relações com figuras como Fidel Castro, Fernanda Montenegro e Gilberto Gil.
O semanário ?Expresso?, o mais importante do País, tem como foco de cobertura das eleições brasileiras as coligações que Lula deverá fazer para poder governar o Brasil. O jornal aposta em nomes para o novo governo, incluindo desde figuras do PT, com o Luís Dulci, Antônio Palocci, Guido Mantega e Benedita da Silva, até Ciro Gomes.
O ?Diário de Notícias?, o jornal mais tradicional de Portugal, destaca as críticas feitas por Fernando Henrique Cardoso a Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o candidato do PT não vai poder cumprir suas promessas e que o partido mudou de discurso quanto à redução de impostos. Entretanto, o jornal também afirma que o presidente tem uma ?posição bastante simpática? em relação a Lula – o que desagradou o candidato tucano – e informa que o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp ), Horácio Lafer Piva, disse que não tem medo do candidato petista.
O único jornal que dá a José Serra (PSDB) chances de conquistar a presidência é o popular ?Correio da Manhã?. Sobre as sondagens que indicam a vitória de Lula, o correspondente do jornal cita as declarações do candidato tucano, que afirmou ontem que ?uma coisa é responder a uma pergunta quando se é interpelado na rua, a outra é confirmar uma decisão pensada na cabine de votação?.