Brasília – Um almoço em um restaurante mineiro marcou o retorno de Ricardo Berzoini à presidência do Partido dos Trabalhadores. No primeiro mandadto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Berzoini foi ministro da Previdência Social e do Trabalho e Emprego.
O encontro foi à moda mineira: política ao pé-de-ouvido, sem estardalhaços. A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados foi o prato principal do almoço, que contou com a presença dos dois candidatos oficiais: Arlindo Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB), atual presidente da Casa. Os dois almoçaram na mesma mesa, frente a frente.
Costurar um acordo que culmine na escolha de um candidato do partido será o principal desafio de Berzoini, que ficou três meses afastado do cargo após ter seu nome citado na suposta compra de um dossiê contra parlamentares do PSDB.
?O PT escolheu uma pessoa [Arlindo Chinaglia] capaz e experiente para disputar a presidência da Câmara. Durante este mês, vamos trabalhar para emplacar o seu nome?.
Questionado sobre a permanência de Aldo Rebelo no cargo (o PCdoB é um partido aliado do governo), Berzoini disse que não há problema de haver um diálogo de ?alto nível? entre os dois partidos, embora tenha afirmado não acreditar que o presidente Lula esteja atuando com essa hipótese.
?A disputa [entre Chinaglia e Aldo, no plenário da Câmara] não está descartada, mas não é o desejável. O ideal é ter um candidato único da base, e se possível um candidato único da Câmara?. A eleição está marcada para o dia 1º de fevereiro.
Berzoini ressaltou, ainda, que está "em sintonia" com Lula e que tem o apoio do presidente no retorno à presidência da legenda. Garantiu, também, que buscará assegurar que o PT seja uma força que ajude na coalizão governamental, propiciando uma segundo mandato com crescimento econômico.
Os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Walfrido Mares Guia (Turismo) também foram ao almoço, bem como parlamentares e militantes do PT.