Eixo por um fio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Isla Margarita, aprazível recanto turístico da costa venezuelana, participando da 1.ª Cúpula Energética Sul-Americana, que reúne dez países do subcontinente. É o primeiro encontro com o colega Hugo Chávez, depois das pesadas críticas de Fidel Castro e ele próprio às intenções rotuladas de ?genocidas?, de aumentar a produção de cana-de-açúcar e milho para transformar em etanol.

Afora esse item indigesto da agenda da cúpula, Lula também não se mostra disposto a levar água ao moinho da idéia anteriormente anunciada por Chávez, quanto à criação do Banco do Sul, a ser capitalizado com recursos subtraídos das reservas internacionais dos países da região.

O presidente argentino Néstor Kirchner, segundo revelaram ontem os principais jornais de Buenos Aires, deverá ser aliado de Lula nessa questão. O raciocínio elementar de ambos diz respeito à necessidade de aprofundamento dos debates sobre o modelo de atuação da entidade.

Lula e Kirchner não pretendem dar apoio à criação de um banco para servir de muro de arrimo a corriqueiros rombos fiscais dos governos subscritores da proposta. Tendo em vista o teor explosivo do assunto, o mesmo será discutido em reunião exclusiva dos chefes de Estado, sem a presença de ministros ou quaisquer outros observadores.

O eixo Brasília-Caracas está por um fio.

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