A Companhia Paranaense de Gás (Compagas), empresa responsável pela distribuição de gás natural no Paraná, deverá iniciar a distribuição do gás natural para a região norte do Paraná (eixo Londrina-Maringá) até o final de 2006. A empresa realizou reuniões na região com representantes dos órgãos ambientais estaduais e municipais e do Ministério Público e aguarda a liberação da licença prévia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para dar andamento ao projeto de construção da rede de gás natural. Ao todo, deverão ser atendidos 11 municípios num raio de 100 km.
O gás natural canalizado para a região Norte atenderá primeiro a área industrial, mas em seguida também poderá ser distribuído para as residências e o comércio. A fonte de geração do gás que irá para Londrina ainda está sendo estudada. Um das opções é um ramal do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) vindo de Penápolis (SP) e passando pelo Norte do Paraná. A licença ambiental para construção desse ramal do Gasbol já foi solicitada pela Compagas ao órgão ambiental federal, o Ibama.
O governador Roberto Requião e os demais governadores do Estados que formam o Codesul entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta solicitando a construção do ramal do Gasbol. O chamado ?gasoduto chimarrão? – porque chegará até o Rio Grande do Sul – deverá ser construído pela Petrobras.
A outra opção que está sendo estudada pela Compagas é oferecer, a princípio, o gás natural liquefeito (GNL), para as cidades do eixo Londrina-Maringá. Essa opção depende da finalização de uma planta de liquefação do gás natural que está sendo construída em Paulínia (SP). ?O GNL é uma opção para iniciar o mercado na região norte, mas nosso objetivo maior é construir a rede de distribuição?, diz o diretor presidente da Compagas, Rubico Camargo.
Os estudos de viabilidade técnica para a extensão da rede de gás natural aos municípios do trecho Londrina-Maringá começaram em 2000, com uma série de visitas de engenheiros da Compagas aos municípios, realizando reuniões de esclarecimento sobre o assunto. Também foram realizados os seminários ?O Gás Natural e suas Aplicações? em Maringá e em Londrina. Na época foi solicitada a liberação da licença prévia e, desde então, têm sido feitos estudos constantes de mercado, além de reuniões e audiências públicas de esclarecimento em todos os municíios envolvidos.
A Compagas calcula um potencial de consumo na região de 500 mil metros cúbicos diários. Para os 100 quilômetros de rede de distribuição incluindo a área urbana e a região que passa por rodovias no trecho, a Compagas calcula um investimento entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões. Os municípios atendidos inicialmente pela rede de gás natural serão: Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari,Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambe, Londrina.
Após a concessão da licença prévia pelo órgão ambiental, a Compagas poderá fazer o projeto básico para a obtenção da licença de instalação.
A região norte será a segunda atendida pela Compagas. Hoje, a empresa é responsável pela distribuição do gás natural a sete municípios (Curitiba, Araucária, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa e São José dos Pinhais). O gás natural é utilizado no Paraná para os segmentos comercial, residencial, veicular, industrial, de geração de energia e também como matéria-prima. São vendidos em média 680 mil m³/dia de gás natural.