Efeitos dos juros ainda serão percebidos, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dedicou hoje sua palestra a investidores estrangeiros em Cingapura, organizada pela Câmara Brasileiro-Americana de Comércio, para mostrar que a economia brasileira está numa rota de recuperação econômica. Em conversas com jornalistas, ele também se concentrou no tema.

?As condições estão dadas para a economia crescer de forma sustentada na medida que temos uma demanda agregada crescendo de forma sustentada e uma formação bruta de capital também crescendo?, disse.

Em sua palestra, Meirelles lembrou que o Brasil está vivendo um ciclo de relaxamento monetário. ?O BC vem reduzindo os juros desde setembro de 2005, e os efeitos monetários disso ainda não foram completamente sentidos pela economia por causa da defasagem?, afirmou. ?Temos um impulso monetário em curso e não há razão para que isso não tenha um impacto nesse trimestre sobre o anterior.

Armado de uma série de gráficos, Meirelles disse aos investidores que a fraca performance da economia no segundo trimestre foi causada pela Copa do Mundo, a greve dos auditores da Receita Federal e algum impacto sobre as empresas causado pela onda de violência que atingiu São Paulo. ?Isso tudo somado resultou em menos horas trabalhadas?, disse

Meirelles enfatizou que o crescimento da demanda agregada ?tem um componente de muito menor de volatilidade do que o da oferta? no Brasil. ?A oferta no Brasil tem um componente de volatilidade. Tem que se tomar cuidado com a análise das tendências do crescimento da oferta?, disse. ?Com o passar do tempo, um dos frutos da maior estabilidade no país será a maior estabilidade na oferta, embora a volatilidade dela não seja exclusividade do Brasil.

Ele ressaltou que os indicadores do segundo trimestre deste ano não são um indicativo de uma regressão sustentada? na oferta. ?Não há indicadores que levem a uma previsão de diminuição ou de regressão ou desaceleração do ritmo de investimento?, disse. ?Os fatores fundamentais que geraram crescimento no primeiro trimestre continuam prevalecendo – maior massa salarial, expansão do crédito, flexibilização da política monetária e fiscal. Por isso, prevemos uma continuação do crescimento da oferta no terceiro e quarto trimestre deste ano.? Além disso, ?há um processo de ajustes no estoque, que deve estar de aproximando de um ponto de equilíbrio.

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