Educação indígena deve receber R$ 24 milhões este ano

Brasília ? O Ministério da Educação (MEC) deverá investir este ano cerca de R$ 24 milhões em educação indígena. Desse total, R$ 18 milhões serão aplicados na construção, reforma e ampliação de escolas indígenas em todo o país. Os cálculos são do coordenador-geral de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Kleber Gesteira.

De acordo com ele, o restante deverá ser usado na formação e capacitação de professores, assim como para apoiar estados, municípios, universidades federais e organizações não-governamentais a produzir material didático específico para os povos indígenas, entre outras ações.

"Tem uma ação decisiva do governo federal que apóia o desenvolvimento da educação escolar indígena em todos os estados da federação que têm comunidades indígenas", salientou o Gesteira, durante encontro para discutir os avanços e desafios relacionados à educação escolar indígena, em Brasília.

A reunião é promovida pelo MEC, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Para a vice-presidente do Consed, Maria Auxiliadora Seabra Rezende, o volume de investimentos em educação escolar indígena tem crescido consideravelmente nos últimos anos.

"Se voltarmos a dois, três anos atrás, o volume de recursos empregados na educação indígena, do ponto de vista federal, eram ridículos, entre R$ 400 mil e R$ 800 mil. No ano passado tivemos mais de R$ 20 milhões", destacou.

No entendimento da vice-presidente, um dos desafios é fazer com que não haja retrocesso e que os recursos para a área aumentem cada vez mais: "A nossa preocupação é com a continuidade, porque temos muitos desafios na área de educação indígena."

Para o Consed, a melhoria na área envolve investimentos em três pontos considerados centrais: a formação de professores, a produção de material didático específico e a estrutura física das escolas. No caso do material didático, por exemplo, Maria Auxiliadora observa que muitos indígenas ainda têm acesso aos livros usados por não-índios.

Segundo ela, estados como Bahia, Tocantins e Mato Grosso já têm produção de material didático para cada etnia. "O grande desafio que nós estamos estabelecendo é a produção de um material que seja direcionado, que seja de acordo com a realidade indígena", explicou Maria Auxiliadora, que é secretária de Educação do Estado do Tocantins.

O encontro em Brasília começou hoje e termina amanhã (4), dentro da programação da 1ª Reunião Ordinária de 2006 da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena, que foi aberta ontem (2) e vai até sexta-feira (5).

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