Existem muitos mitos que rondam as culturas de Pinus. Sobram espaços para que, cada um, seja do setor produtivo ou ambientalista, defenda da forma conveniente seu ponto de vista. Assistimos a um embate de opiniões, desde as que merecem a devida atenção pela sua importância e relevância até as mais variadas elucubrações, cheias de ideologias e sem consenso.
O II Congresso Internacional do Pinus que acontece nos dias 12, 13 e 14 de setembro, no Centro de Convenções da FIEP, em Curitiba/PR, pretende mostrar que a Educação é a melhor ferramenta para mostrar à sociedade a vantagem competitiva natural do nosso país e esclarecer mitos com este.
Segundo o Engenheiro Florestal Jarbas Shimizu, doutorado em Genética Florestal pela Universidade Estadual da Carolina do Norte – Estados Unidos; Pós-Doutorado em Genética Florestal pela Universidade Estadual de Oregon, Estados Unidos e Pesquisador da Embrapa Florestas, mitos como esses e muitos outros, que tendem a condenar o cultivo de Pinus, meramente por serem espécies introduzidas, precisam ser esclarecidos para que o Brasil não desperdice a oportunidade de gerar benefícios para todos os setores da sociedade.
Jarbas acredita que a educação possibilita estender à sociedade as reais dimensões dos problemas e dos benefícios da cultura de Pinus no Brasil. "Para isso, a educação em bases bem fundamentadas é essencial, em todos os círculos, incluindo tanto a educação formal quanto os cursos e os treinamentos informais", relata.
Segundo ele, um tema desta natureza terá que ser abordado de maneira abrangente, com base em fatos, sem distorções de cunho emocional, de preferência, iniciando-se com públicos de estudantes desde o nível primário. "Primeiramente, é essencial o esclarecimento sobre o ciclo de vida das árvores (dos Pinus em particular) e de suas associações com outros organismos do meio para que todos possam apreciar o impacto de sua cultura".
Décadas de pesquisa foram necessárias para que o Pinus pudesse ser cultivado em grande escala no Brasil, em substituição às espécies nativas como fonte de madeira. "Certamente, os impactos sociais, econômicos e ecológicos dessa substituição foram extremamente benéficos. Num cenário em que a principal fonte de matéria-prima florestal no Sul e Sudeste, o pinheiro-brasileiro, havia sido reduzido a fragmentos improdutivos, a economia de base florestal teria entrado em colapso, não houvessem fontes alternativas como o Pinus, em regime de produção sustentável", explica Jarbas.
Para ele, com a cultura do Pinus, a economia florestal foi revitalizada e o bem-estar social foi elevado em forma de empregos e renda no âmbito rural, industrial e comercial. Ecologicamente, os benefícios podem ser vistos em forma de redução na devastação das florestas nativas e, também, de melhoria nas condições de produção agrícola e florestal.
"Isto porque o Pinus tem alta eficiência na reciclagem de nutrientes das partes profundas do solo para a superfície, graças à associação com fungos micorrízicos em suas raízes, tornando os solos mais férteis e com maior capacidade de retenção de umidade. Portanto, o mito de que o Pinus torna o solo improdutivo não tem fundamento" conclui.
Serviço:
Evento: II Congresso Internacional do Pinus
Local: Centro de Convenções da FIEP, em Curitiba/PR
Data: 12, 13 e 14 de setembro de 2006
