O prefeito Beto Richa, responsável por brilhante administração no município de Curitiba, um reconhecido tocador de obras, tal o volume de melhorias entregues à população ou em fase de execução, amplamente propagado no recente aniversário da cidade, tem um abacaxi para descascar com os professores da rede municipal.
Segundo O Estado informou ontem, a categoria mostrava-se disposta a cruzar os braços e paralisar as atividades nas 171 escolas mantidas pela Prefeitura, com o objetivo de chamar a atenção para a questão salarial.
Os professores curitibanos pleiteiam desde março um reajuste da ordem de 25%, livre escolha do banco onde o salário será depositado, valorização do tempo de serviço e auxílio-alimentação. Pedem também a eliminação da diferença salarial entre os professores de 1.ª a 4.ª séries e seus colegas das séries mais adiantadas, o que consideram discriminação funcional.
A administração municipal contrapôs a oferta de 5%, que, na concepção dos docentes, nem de longe conseguirá reparar as perdas acumuladas desde 1999, com a reposição da inflação e ganhos reais.
O prefeito deverá convocar os líderes da categoria e abrir, como é de seu feitio, um diálogo proficiente balizado pelo equilíbrio e bom senso de ambas as partes. Afinal, está em jogo o salário justo duma categoria profissional, mas, em primeiro lugar, o direito das crianças a uma educação de qualidade comprovada.