No mundo inteiro, mais de 120 milhões de crianças estão fora da escola. Destas, cerca de 57% são meninas. E essa é uma das razões porque o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) considera a educação de meninas uma meta urgente.

No relatório “Situação Mundial da Infância 2004”, a diretora-executiva do Unicef, Carol Bellamy faz um apelo para que o mundo garanta a educação de meninas. Segundo ela, a falta de acesso à educação é ainda mais danoso para as crianças do sexo feminino, que sofrem risco duplo por conta de seu gênero e da pobreza. Bellamy está no Brasil para participar da Quarta Reunião do Grupo de Alto Nível, cujo tema este ano é Educação para Todos.

O relatório cita os benefícios que programas com enfoque educacional em meninas traria para todos os setores em desenvolvimento. “Em primeiro lugar, garantir a educação da mulher terá efeito no bem-estar de suas crianças. Além disso, uma menina que freqüenta a escola está menos suscetível a ser envolvida em formas de exploração do trabalho fora e dentro de casa”, afirma o documento.

Atingir a educação primária universal e a igualdade de gênero e autonomia da mulher também são algumas das Metas de Desenvolvimento do Milênio. As metas são um conjunto de medidas estabelecidas pela ONU para garantir o combate à fome e à pobreza no mundo.

O consenso mundial estabeleceu o ano de 2015 como data-limite para o alcance das metas nos 191 países-membros das Nações Unidas. A paridade de gênero na educação primária, entretanto, foi considerada tão importante que a os países estabeleceram a data de 2005 como prazo para o seu cumprimento, dez anos antes do prazo das outras metas.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Educação para Todos, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o Brasil faz parte do grupo de países que deverão atingir as metas de educação até 2015. Para a diretora-executiva do Unicef, Carol Bellamy, o país pode ser considerado modelo em políticas voltadas para a educação.
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