Na tentativa de fechar um acesso alternativo ao Litoral do Estado, neste sábado (12), a concessionária Ecovia foi multada em R$ 30 mil por danos ambientais e a delegacia de São José dos Pinhais lavrou um termo circunstancial de infração penal por crime ambiental contra a empresa. Ao abrir uma cratera na entrada do acesso, a Ecovia realizou a movimentação do solo e do subsolo do local, procedimento que é permitido apenas com a autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
A ação teve início pouco antes das sete da manhã e causou grande revolta entre os moradores, que chamaram a Polícia. Além de abrir a cratera, a concessionária usou pedaços de madeira e arame farpado para bloquear a passagem dos carros. Ao chegar ao local, a Polícia Florestal paralisou os trabalhos dos funcionários da Ecovia e apreendeu as máquinas usadas (dois caminhões e dois tratores). Além disso, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) foi acionado e retirou o material usado para fechar a estrada.
Segundo o subtenente Adalberto, da Polícia Florestal, mesmo tendo a concessão da área onde foi feito o bloqueio, a empresa não poderia ter realizado a movimentação do solo e do subsolo sem uma autorização específica. "Além do embargo da obra e da apreensão das máquinas, os responsáveis pelo trabalho podem ser condenados a até seis meses de detenção", informou o subtenente.
Paulo Murta, proprietário de uma chácara no km 57,2, conta que quando a estrada foi pedageada, moradores locais tentaram junto à concessionária um desconto ou até a isenção da tarifa. Como não houve acordo, passaram a usar o desvio que fica paralelo à BR 277. "Para quem mora depois das praças de pedágio, o desvio é a única alternativa. Ninguém pode pagar quase R$ 20,00 todos os dias para ir trabalhar ou estudar em Curitiba", ponderou.
O desvio aumenta o percurso em 11 km e faz parte do "Caminho dos Jesuítas", construído no século 18. Adão Sanches, proprietário da chácara por onde o desvio passa, afirmou que o trajeto era pouco usado antes da estrada ser pedageada. "Após o pedágio, a estrada começou a ser bastante usada, apesar de estar em más condições. É um absurdo que uma estrada com quase 500 anos seja fechada desse jeito, prejudicando tanta gente", protestou