Economistas já vêem dólar em R$ 2,50 no ano que vem

As perspectivas para 2007 são nebulosas no comércio exterior, na avaliação de alguns especialistas, com projeções de perda de vigor ou queda nas exportações e avanço das importações. Mas justamente a menor entrada e maior saída de dólares para pagamento das importações poderá elevar a sua cotação dos R$ 2,14 para algo entre R$ 2,30 e R$ 2,50 ano que vem – acima das projeções do mercado, de R$ 2,28 no fim de 2007, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central (BC).

Apesar desse refresco para a indústria nacional, os mesmos especialistas advertem que câmbio não é o principal entrave ao crescimento, mas os gastos públicos elevados, que restringem o investimento. ?A questão cambial é importante e os que sofrem têm razão de chorar. Mas todo mundo deveria chorar de forma mais efetiva pela questão fiscal. Esse é o grande motivo que impede o crescimento sustentado?, diz o economista da MB Associados Sergio Vale.

Para o sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, o saldo comercial vai encolher de US$ 44 bilhões este ano para US$ 36 bilhões em 2007. O motivo é a redução das exportações e o avanço das importações. Uma das razões do recuo (de perto de US$ 130 bilhões em 2006 para US$ 122 bilhões em 2007, segundo a RC) é o ?enfraquecimento? dos preços dos produtos exportados, em conseqüência da provável desaceleração da atividade global. Além disso, a consultoria destaca que cresce a oferta de produtos da Ásia.

Como exemplo, Silveira cita que a cotação do petróleo já caiu, fruto, dentre outros motivos, do desaquecimento da economia americana. Ele comentou também que os preços de papel e celulose e de produtos siderúrgicos pararam de subir. Esse ajuste na balança comercial poderá levar o dólar a uma cotação ?um pouco mais adequada?, entre R$ 2,40 e R$ 2,50, comenta o economista, junto à continuidade da redução dos juros. Essa mudança, segundo Silveira, pode fazer com que o câmbio seja ?mais realista?.

Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, há mais riscos esperando 2007: desaceleração mundial e elevação dos juros nos EUA e na China. ?Caso se confirmem, haverá desaceleração mundial e queda no preço das commodities?, diz.

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