A inclusão de maior base de dados, a expansão do setor de serviços e a melhor medição do consumo das famílias explicam, segundo analistas, as variações para cima das taxas de crescimento da economia no primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A divulgação da nova série do Produto Interno Bruto (PIB – o conjunto das riquezas produzidas no País) anteontem abriu um debate político em torno do assunto. Para economistas, contudo, a nova metodologia melhorou o cálculo.

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Uma nova série foi apresentada para o período entre 1995 e 2005. O cálculo passou a usar o ano de 2000 como referência, com a inclusão de pesquisas setoriais e ajustes metodológicos. Para os anos anteriores, foram transportados novos pesos do setores da economia e ajustes possíveis. Como resultado, o crescimento médio do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso caiu de 2 58% para 2,45% e do segundo, cresceu de 2,1% para 2,15%. A média dos três primeiros anos de Lula subiu de 2,57% para 3,23% – incluindo a taxa de 2006 (2,9%), que será revisada, a média vai para 3,1%.

"Para mim não tem governo. A tendência de crescimento é a mesma" disse o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. Ele afirma que a série não foi calculada para governo ‘A ou B’, mas para o período a partir de 1995. Esse ano é o marco inicial, porque reúne os 12 primeiros meses do Plano Real, com a mesma moeda e inflação estabilizada.

Nunes, que passou o dia ontem em Brasília, ressalta que não tem visto críticas técnicas ao trabalho. Após a divulgação dos dados políticos da oposição abriram tiroteio contra os resultados. Nunes não quis comentar as críticas, mas disse que o IBGE está disposto a responder qualquer questionamento e que ninguém formalizou e encaminhou questões ao instituto.

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Para o economista da MB Associados Sérgio Valle, houve maior flutuação da taxa de crescimento nos primeiros anos do governo Lula porque o consumo das famílias passou a ser melhor medido, com o uso de pesquisas com as de orçamentos familiares e do comércio. O economista da LCA Consultores Bráulio Borges explica que o peso do setor de serviços aumentou e passou a incluir os de informação que cresceram fortemente desde a virada da década, depois da privatização das empresas de telecomunicação.

Para o período FHC, prossegue, não havia as mesmas fontes de informação. Além disso, alguns ajustes, como os feitos na conta de aluguéis e em serviços financeiros, não puderam retroagir. Setores que ganharam mais peso também podem ter passado a contribuir menos ao crescimento.

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