As metas de desempenho industrial traçadas pelo Mapa Estratégico da Indústria
2007-2015 são ousadas, mas refletem a expectativa positiva do setor em relação
ao crescimento da economia. A avaliação é do diretor-executivo e
economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial
(Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida.

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O estudo, divulgado nessa
terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria prevê um crescimento médio
de 7% no PIB industrial (a soma de todos os produtos industrializados do país em
um ano) até 2010 e de 8,5% até 2015. Embora o índice tenha ficado em 6,2% em
2004, nos últimos 20 anos o crescimento médio do PIB do setor foi de 2,5% ao
ano.

"É uma meta e a indústria tinha que ser ousada, pois o potencial de
crescimento é grande", afirma o economista. Ele acredita que é necessário um
desempenho industrial nesses níveis para que o PIB brasileiro cresça entre 5,5%
e 7%, como projetado pela CNI para o período de 2007 a 2015. "A indústria puxa o
PIB nacional, por isso é importante que tenha o comportamento previsto como
meta", explica.

Almeida considerou "muito ousadas" as metas traçadas para
a produtividade industrial. A CNI projeta crescimento de produtividade da ordem
de 4% em 2007 e 6% ao ano de 2010 a 2015. "A indústria atingiu nível de 6% em
2004, mas vinha de um processo de estagnação. Manter esse nível é arrojado",
afirma. De 2001 a 2003, a variação de produtividade na indústria foi de menos
0,7%.

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Segundo Almeida, para repetir o desempenho de 2004 e alcançar a
meta estabelecida é preciso que o setor invista em inovação. De acordo com o
Ministério de Ciência e Tecnologia, em 2003 a participação do investimento
privado em inovação foi de 0,4% do PIB. O estudo da CNI projeta 0,6% para 2007,
0,8% para 2010 e 1,4% para 2015. "O investimento em inovação é fundamental,
todas as outras metas dependem dessa. Podemos discutir outras questões, mas o
que realmente vai fazer diferença é a inovação", enfatiza.

O economista
lembra que o governo deu um passo importante com a aprovação da Lei da Inovação,
mas falta estimular as iniciativas nesse sentido, o que deveria ser feito com
incentivos fiscais e taxas de juros menores. "O empresário precisa de estímulo
para arriscar. Todo país tem uma lei que premia o risco, premia quem inova, e
nos damos ao luxo de não ter. A inovação ainda não entrou na circulação
sangüínea da indústria e da economia. Este é nosso maior desafio", afirma.

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