A Prefeitura do Rio de Janeiro está preparando um projeto de lei para destinar 50% dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac) do Porto Maravilha para empreendimentos residenciais. “Recebemos a encomenda da prefeitura de ser mais agressivos nos projetos residenciais”, afirmou Alberto Gomes da Silva, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto Maravilha (CDURP), durante seminário sobre o porto, que reuniu empresários do setor da construção.
Silva estima que a região portuária do Rio, que está em processo de revitalização, tem capacidade para receber entre 27 mil e 28 mil unidades residenciais ao longo de 15 anos. Ele acredita que há demanda por moradias na região, tendo em vista que o primeiro prédio residencial teve unidades vendidas a R$ 6,5 mil por metro quadrado, segundo ele.
O presidente da CDURP afirmou também que, além de destinar 50% dos Cepacs para esses projetos, estão sendo estudadas medidas de desoneração fiscal para futuros moradores, como isenção de IPTU e de ITBI. Outro ponto em estudo pela prefeitura é o desenvolvimento na região de projeto para construção de 2,2 mil unidades chamadas de interesse social, destinadas a famílias de baixa renda
Na avaliação de Victor Hugo dos Santos Pinto, gerente nacional da Caixa – gestora do fundo de investimento dono da totalidade dos Cepacs – há condições para construção de aproximadamente 8,0 milhões de metros quadrados de unidades residenciais na região portuária, considerando imóveis com preços entre R$ 7,0 mil e R$ 10 mil por metro quadrado. O executivo observou que nos últimos cinco anos apenas 2% dos lançamentos residenciais ocorreram no centro do Rio. “Há escassez de terrenos nessa região”, frisou. “E há um movimento de pessoas dispostas a migrar para imóveis de melhor qualidade”.