A contração anualizada da economia da zona do euro foi maior do que o inicialmente estimado, em meio ao colapso dos investimentos empresariais, queda dos gastos dos consumidores e dependência das empresas nos estoques para atender a demanda. Nos três primeiros meses de 2009, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) dos 16 países europeus que compartilham o euro ante iguais meses do ano passado foi revisada para 4,8%, contra estimativa original de declínio de 4,6%, informou hoje a agência de estatísticas Eurostat. A contração de 2,5% entre janeiro e março deste ano em relação aos últimos três meses do ano passado não foi revisada pela agência. Os dois declínios são os maiores já registrados na região desde a introdução da moeda única europeia. A Eurostat também revisou a contração no quarto trimestre do ano passado, para 1,8%, ante estimativa anterior de queda de 1,6%.
O declínio na atividade nos três primeiros meses deste ano foi espalhado entre todas as partes da economia, embora algumas tenham sofrido mais. A produção industrial foi duramente afetada pelo colapso no comércio mundial e caiu à taxa recorde de 8,8% ante os últimos três meses do ano passado. Em base anual, o declínio foi de 15,7%.
No lado da demanda, o investimento empresarial recuou 4,2% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2008. Os gastos dos consumidores registraram queda recorde e caíram 0,5%, após recuo de 0,4% no trimestre imediatamente anterior. Na mesma base de comparação, as exportações despencaram 8,1%, enquanto as importações diminuíram 7,2%.
A maior contribuição para a queda na atividade geral foi a dependência das empresas nos estoques para atender a demanda, em vez de recorrer à produção atual. O declínio nos estoques foi responsável por queda de 1% no PIB.
PMI
O índice de gerentes de compra (PMI) sobre a atividade no setor de serviços da zona do euro subiu pelo terceiro mês consecutivo em maio, para 44,8, a maior taxa desde outubro do ano passado, informou a Markit Economics. Em abril, a taxa estava em 43,8 e economistas esperavam que ela subisse para 44,7. Um dado abaixo de 50 indica contração da atividade.
A Markit informou que o PMI composto da zona do euro, que mede toda a atividade no setor privado, subiu para 44 em maio, de 41,1 em abril, superando a expectativa de economistas de 43,9.
Segundo a Markit, a atividade empresarial e a entrada de novos negócios no setor de serviços está em queda há 12 meses consecutivos, o que fez com que os fornecedores de serviços cortassem empregos à taxa recorde em maio. As informações são da Dow Jones.