Os países da zona do euro deveriam ampliar vencimentos, limitar pagamentos anuais e controlar as taxas de juros sobre o segundo pacote de empréstimo para a Grécia, entre outras medidas, segundo um documento que é discutido pelos credores de Atenas nesta segunda-feira. O documento foi preparado pelo fundo de ajuda da zona do euro, o Mecanismo de Estabilidade Europeu, e o Wall Street Journal teve acesso ao material.
Segundo o texto, a implementação de todas as medidas de alívio propostas levaria a dívida grega a 74% do Produto Interno Bruto (PIB) do país até 2060, contanto que Atenas implemente totalmente o pacote previsto e o crescimento econômico e os custos para financiamento do governo evoluam como esperado. Sem essas medidas de alívio, a dívida da Grécia estaria em 105% do PIB, segundo o documento.
As medidas propostas no documento enfocam em grande medida os empréstimos dados para a Grécia no segundo pacote de ajuda, no âmbito do Instrumento de Estabilidade Financeiro Europeu, que não existe mais. A Grécia ainda deve a esse instrumento 130,9 bilhões de euros.
Os vencimentos médios desses instrumentos devem ser ampliados em média em cinco anos, para 37 anos e meio, segundo o documento. Os pagamentos anuais do principal da dívida devem ser fixados em 1% do PIB até 2050, enquanto as taxas de juros devem ser limitadas a 2% dos empréstimos até lá, diz o documento. Qualquer dívida em circulação e o pagamento de juros deveriam então ser dividido em parcelas iguais para serem saldadas após 2050.
O documento sugere duas outras medidas. Os bancos centrais nacionais na zona do euro, bem como o próprio Banco Central Europeu (BCE), devem dar qualquer lucro obtido com bônus gregos de volta a Atenas. Esses pagamentos representariam cerca de 8 bilhões de euros. Além disso, a Grécia deve ter autorização para usar o dinheiro restante de seu terceiro pacote de ajuda, de 86 bilhões de euros, para pagar antecipadamente empréstimos para o Fundo Monetário Internacional (FMI). O FMI concede empréstimos com taxas de juros maiores que as do fundo de ajuda da zona do euro.
O documento foi distribuído para autoridades dos ministérios das Finanças da zona do euro na manhã desta segunda-feira, para discussões mais durante o dia. Fonte: Dow Jones Newswires.