O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez nesta segunda-feira, 12, duras críticas à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que, para ele, se esqueceu do motivo de sua existência, o que torna fundamental a sua privatização. O governador mineiro participa da 20ª Conferência Anual Santander ao lado de seu colega do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Zema disse que a Cemig dobrou o seu valor de mercado, de R$ 10 bilhões para R$ 20 bilhões, só pela notícia de que ele seria o vencedor da eleição para o governo de Minas. No entanto, segundo ele, a Cemig está criando obstáculo para, entre outras coisas, ligar em suas redes a energia fotovoltaica produzida no Estado.
Para Zema a dificuldade imposta pela empresa não é aceitável já que Minas tem se tornado em um dos principais polos do País em produção de energia fotovoltaica. “Minas, que sempre foi a caixa d’água do Brasil, será agora um grande polo de geração de energia fotovoltaica do País”, disse, ressaltando que a Cemig se esqueceu do motivo de sua existência.
O governador também fez um relato positivo da situação financeira de seu Estado, que, nas suas palavras, foi encontrado desmontado do ponto de vista fiscal. Para este ano, Minas Gerais deve encerrar o ano ainda com um déficit de R$ 15 bilhões, mas já está acertando os salários atrasados, terminando de pagar o 13º salário do funcionalismo público do ano passado e se preparando para receber investimentos. “Deixaremos de ser um Estado inóspito aos investimentos e sim um Estado amigo”, disse.
Zema disse que espera investimentos de R$ 7 bilhões em concessões de ferrovias nos próximos 20 anos. “Quero ser lembrado como o governador que mais perdeu poder por ter privatizado, reduzido o tamanho do Estado”, disse.
O governador afirmou ainda que o maior legado que pretende deixar para o povo mineiro será a reforma das leis de forma a impedir que seus sucessores façam o que seus antecessores fizeram.
Zema disse que o governo anterior escondia a situação das contas públicas de Minas Gerais ao dizer que as dívidas do Estado estavam dentro dos 60% das receitas permitidos por lei quando na verdade estavam em 80%.