Rio de Janeiro
– Zeca Pagodinho rompeu unilateralmente o contrato assinado em meados do ano passado com a fábrica de cerveja Nova Schin porque, segundo ele, a empresa não cumpriu o que haviam acordado verbalmente. Em sua primeira entrevista após a “revanche” da Nova Schin, que veiculou um anúncio sobre traição por dinheiro, ele devolveu a taxação de “trairagem”. “Nós combinamos ´bocalmente´, como diz um amigo meu, que eu ia só experimentar a cerveja, mas não tinha obrigação de bebê-la. E não havia nada que me impedisse ir a qualquer lugar ou me obrigasse a ir em eventos”, contou Zeca.Enquanto bebericava uma tulipa de Brahma, ele manteve o tom acusatório contra a Schin. “Eles combinaram também que, sempre nos lugares aonde eu fosse, teria alguém para me levar a Nova Schin. Como nunca apareceu ninguém ? e eu bebo mesmo Brahma, todo mundo sabe disso ?, eu nunca experimentei a cerveja em público. Como não cumpriram o combinado, ´traíra´ são eles e não eu”, afirmou o cantor, lembrando o nome do peixe usado pela campanha da Nova Schin para fazer referência à sua adesão à campanha da concorrente Brahma, que detonou uma enorme polêmica no meio publicitário.
Zeca não contou quanto ganhou para fazer propaganda da cerveja, nem quanto havia recebido antes da Nova Schin. Mas disse ter feito questão de, no contrato com Brahma, incluir o patrocínio no valor de R$ 10 mil para a Escola de Música que ele mantém em frente à sua casa em Xerém, no município de Duque de Caxias na Baixada Fluminense. “Esta foi mais uma promessa feita pela Nova Schin e não cumprida. Agora, tomara que a Brahma faça a parte dela”, disse Zeca.
“Quanto a este cachê de R$ 3 milhões, se foi isso tudo ainda falta eu pegar o resto, que é bastante coisa. Mas eles (Brahma e a agência África) estão cuidando desta parte da rescisão do contrato, porque para mim não interessa nem o dinheiro, eu só quero tomar minha cerveja em paz e fazer a minha música”, brincou.
Zeca contou também que decidiu analisar o contrato com a Nova Schin no show que na segunda semana de fevereiro, no Credicard Hall, para lançamento de disco Acústico, em que o público lhe ofereceu uma cerveja e ele disse que depois tomaria umas Brahmas. Segundo sua assessoria de imprensa Jane Barbosa, um representante da Nova Schin foi nos bastidores e pediu delicadamente que ele prestasse atenção e fizesse referência à cerveja que o patrocinava.
No carnaval, Zeca ficou sabendo que o contrato previa sua ida ao camarote da Nova Schin, o que não estava nos seus planos. A negociação com a Brahma durou cerca de um mês, mas o comercial, e o samba que virou jingle, foram gravados em quatro dias. “Eu relutei muito e ainda mexi na letra do samba para não ofender a Nova Schin”, conclui Zeca. “Portanto, se é assim, não traí ninguém porque não havia prometido nada a ninguém, só experimentar a nova cerveja. Porque todo mundo sabe que eu bebo é Brahma”, reforçou.
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