Arquivo / O Estado

China importou 6 milhões de toneladas
de soja do Brasil em 2004.

continua após a publicidade

A valorização da moeda chinesa, o yuan, não deve ter impacto imediato nos preços internacionais da soja nem nas exportações brasileiras do produto, na avaliação de analistas. É consenso entre eles que a valorização de 2,1%, anunciada na quinta pelo governo chinês, é muito pequena para influenciar o mercado. Só haveria alguma mudança se essa valorização fosse seguida por outras ao longo do ano.

?Não vejo razão para os preços das commodities serem puxados para cima com a pequena mudança na moeda?, afirma o analista do mercado de soja, José Pitoli.

Ele acrescenta que a demanda chinesa pela soja brasileira não apresenta crescimento. ?Não há contratos futuros longos fechados. Muitas empresas fogem de contratos com a China devido aos problemas ocorridos no ano passado?, afirma Pitoli.

continua após a publicidade

Em 2004, segundo ele, a América do Sul sofreu muito com a China, quando o país asiático cancelou contratos e embargou carregamentos de soja.

Para a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), a medida, ?tímida demais?, não deve alterar em nada a demanda chinesa por soja no curto prazo.

continua após a publicidade

A China importa do mundo cerca de 27 milhões de toneladas por ano. Só do Brasil, em 2004, foram aproximadamente 6 milhões de toneladas. Para este ano, as vendas brasileiras devem ficar no mesmo patamar do que ocorreu no ano passado.

Impacto no mercado

As negociações de soja no mercado externo ainda não foram influenciadas pela mudança na moeda chinesa. A cotação da oleaginosa na Bolsa de Chicago operou em baixa durante todo o dia, na sexta-feira, o que, na opinião dos analistas, significa que a valorização não teve impacto.

A cotação do primeiro contrato, para entrega em agosto, fechou com queda de 0,04% em Chicago. O segundo contrato – para entrega em setembro – recuou 0,19%.