Após sete anos de crescimento abaixo do desejável nos EUA, a presidente do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano), Janet Yellen, começa a reconhecer que essa poderá ser uma situação de longo prazo na maior economia do mundo, fator que deverá pesar nas taxas de juros nos próximos anos.

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Os obstáculos de longo prazo à expansão econômica dos EUA foram tema central de discurso feito hoje por Yellen no Senado, no primeiro de dois dias de depoimentos no Congresso norte-americano sobre a perspectiva econômica e política monetária.

O Fed, que na semana passada decidiu manter seus juros inalterados, volta a se reunir para rever a política monetária nos dias 26 e 27 de julho.

Em discurso de cinco páginas, Yellen afirmou que permanecem “incertezas consideráveis sobre a perspectiva econômica” dos EUA e previu que os gastos dos consumidores e investidores poderão titubear mais adiante. Além disso, o lento crescimento da produtividade poderá persistir, o que restringiria o avanço dos salários e a geração de renda, segundo a presidente do Fed.

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Ainda no discurso, Yellen previu que as taxas de juros deverão continuar abaixo dos níveis de longo prazo “por algum tempo” e declarou que o Fed espera elevar os juros gradualmente “se os obstáculos diminuírem lentamente” mais adiante.

Yellen também comentou que a política monetária não tem um caminho predefinido e que o futuro dos juros dependerá dos eventos econômicos e financeiros. Ela destacou que os gastos com consumo aumentaram nos últimos meses e previu que as condições econômicas vão melhorar mais, mas notou que o ritmo de avanço no mercado de trabalho parece ter desacelerado.

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Segundo Yellen, a cautelosa abordagem de política monetária permite ao Fed apoiar o crescimento econômico e é justificado pelo baixo patamar atual dos juros.

Yellen ressaltou também as vulnerabilidades da economia global. Ela previu que o plebiscito no Reino Unido poderá ter “repercussões econômicas significativas” e afirmou que a China continua apresentando “desafios consideráveis”. Na quinta-feira (23), os britânicos decidir sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia. Fonte: Dow Jones Newswires.