Xi Jinping diz que China quer mais cooperação com Brasil

Em discurso no plenário do Congresso Nacional, o presidente da China, Xi Jinping, falou nesta quarta-feira, 16, sobre a importância da cooperação entre seu país e o Brasil. Segundo ele, a cooperação bilateral está cada vez mais “madura” e “consolidada” e a relação comercial entre os dois países já ultrapassou US$ 90 bilhões em 2013, devendo aumentar nos próximos anos. O presidente chinês participa no Brasil da cúpula do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e realiza ainda no final desta semana uma visita oficial de Estado ao País.

Na cerimônia de homenagem do Parlamento Brasileiro, Xi Jinping foi recebido pelos presidentes do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Ao chegar, o presidente chinês inaugurou uma exposição fotográfica sobre os 40 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.

Em seu discurso, Xi Jinping lembrou a relação diplomática de quatro décadas e disse que os dois países devem se apoiar mutuamente no desenvolvimento interno, conforme suas realidades. Ele ressaltou que a sociedade chinesa vê com entusiasmo o aumento da cooperação entre os dois países, uma vez que a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil nos últimos cinco anos. “China e Brasil são gigantes em desenvolvimentos e em economia emergente”, destacou.

Xi enfatizou ainda a cooperação estratégica para os dois países. “Devemos reunir forças dos países em desenvolvimento e participar da governança global”, disse.

O presidente da China visita o Congresso brasileiro a convite do presidente da Câmara. Em abril, uma comitiva formada por seis deputados fez uma visita oficial ao país asiático, atendendo a um convite do governo chinês.

Informática

Em seu discurso no plenário da Câmara dos Deputados, Xi Jinping afirmou que são “invioláveis os direitos e interesses soberanos” dos países na área de informática. “Por mais desenvolvidas que sejam, as tecnologias da internet não podem ser usadas para violar a soberania informática”, declarou.

Ao defender um “espaço informático pacífico, seguro, aberto e cooperativo”, Xi Jinping faz um gesto de aproximação ao governo brasileiro, que foi um dos alvos do esquema de monitoramento promovido pelos Estados Unidos. Empresas, cidadãos e autoridades brasileiras tiveram comunicações interceptadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA) americana. A China é criticada por entidades de direitos humanos por controlar e censurar o acesso à internet.

“Não é aceitável que um ou alguns países ficam seguros, e outros não, para já não dizer a chamada segurança absoluta de um país a custa de segurança dos outros”, disse o presidente da China.

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