O aumento dos gastos de brasileiros no exterior, que bateu recorde histórico no mês de janeiro deste ano – atingindo US$ 2,293 bilhões, segundo dados do Banco Central – é uma tendência que deve ser mantida no médio prazo, analisa o presidente e CEO da World Travel & Tourism Council (WTTC), David Scowsill.
Para Scowsill, que cedeu entrevista na tarde desta sexta-feira ao Grupo Estado, esse volume de gastos é um reflexo do aumento da classe média brasileira, da ampliação na oferta de voos internacionais – que, segundo ele, facilita a realização de viagens – e da redução na burocracia para emissão de vistos para turistas brasileiros, especialmente para os Estados Unidos.
“O visto de turista para os Estados Unidos, que costumava levar até 70 dias para ser emitido, agora leva cerca de uma semana. Isso incentiva os turistas a viajarem mais. E se, quando estão fora, encontram as marcas que desejam por preços mais interessantes, logicamente que irão comprar mais”, afirmou.
Para Scowsill, o anúncio da construção de novos aeroportos no Brasil pelo governo, aponta para a ampliação desses gastos. “Com mais aeroportos em um País, aumenta o número de viagens. Na China, por exemplo, o número de turistas que viajaram ao exterior aumentou de 58 milhões em 2010 para 84 milhões em 2012, nesse meio tempo, foram construídos 64 novos aeroportos”, avaliou. “Assim, o gasto total deles logicamente é ampliado”, completou.
Para ele, atribuir à iniciativa privada a construção dos novos aeroportos brasileiros foi uma decisão acertada do governo. “A iniciativa privada é mais rápida que o governo e o Brasil está atrasado nesse quesito”, disse.