A atual capacidade mundial do aço é capaz de suportar o crescimento da demanda projetada até, no mínimo, 2035, disse nesta terça-feira, 21, a diretora de Estudos Econômicos e Estatística da Associação Mundial do Aço (Worldsteel), Nae Hee Han, em apresentação no Congresso Aço Brasil. Hoje o excesso de capacidade global da indústria siderúrgica é da ordem de 545 milhões de toneladas, cerca de 25% da capacidade total.
Nae disse ainda que existe uma divergência entre a demanda de aço e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2019 a projeção da entidade é de que a demanda mundial do aço alcance 1,627 bilhão de toneladas, aumento de 0,7% em relação a este ano. A diretora da entidade diz ainda que houve uma mudança da dinâmica mundial e uma desindustrialização prematura em algumas regiões. A dificuldade a ser enfrentada, assim, é que a indústria precisa se adaptar a um cenário de baixo crescimento do consumo de aço no longo prazo.
O economista chefe para Asia do BBVA Research, Le Xia, disse que, na China, onde está cerca da metade do excesso de capacidade mundial, as siderúrgicas não são rentáveis e a sobrecapacidade é explicada por estímulos dados ao setor, por exemplo, mas também pela falta de barreira técnica de entrada e excesso de investimentos, levando a um número grande de siderúrgicas operando no país.
Segundo ele, a China tem lançado medidas ara reduzir o excesso de capacidade, tendo como pano de fundo, em especial, as restrições relacionadas às políticas ambientais.