O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, garantiu nesta sexta-feira que o aumento de R$ 7,602 bilhões nas receitas com dividendos previstas para este ano – de R$ 8,449 bilhões para R$ 16,052 bilhões – não pressionará a capacidade financeira dos bancos públicos. Segundo ele, o volume de dividendos previsto pode inclusive aumentar de novo até o fim do ano.

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“Estamos fazendo a contabilização de dividendos intermediários, com um porcentual do lucro ajustado dos bancos públicos federais. Essa é uma situação legalmente prevista. Os bancos têm uma situação de liquidez que permite o recebimento desses dividendos pela União de forma bastante tranquila”, completou.

Segundo ele, esse aumento na projeção de dividendos se refere a R$ 3,3 bilhões do BNDES, R$ 3 bilhões da Caixa, R$ 640 milhões do Banco do Brasil e R$ 100 milhões do BNB. A previsão de recebimento adicional é maior que a soma desses valores porque a lucratividade dos bancos também aumentou. “Esses números podem ser elevados até o fim do ano. A probabilidade maior é que isso ocorra. No momento oportuno será comunicado”, acrescentou.

O aumento do recolhimento de dividendos ajudou o Ministério da Economia a liberar hoje R$ 12,459 bilhões que estavam contingenciados no Orçamento de 2019.

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Gasto com pessoal

Waldery detalhou que a queda R$ 5,792 bilhões na projeção de despesas com pessoal e encargos em 2019 – de R$ 324,593 bilhões para R$ 318,801 bilhões – significa apenas 1,8% da despesa total nessa rubrica.

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“Estamos tratando da segunda maior despesa primária do Orçamento. Qualquer reestimativa tem um grande impacto nominal”, afirmou. “O fator por trás de reestimativa do gasto com pessoal é a anualização de impactos de reajustes anteriores”, completou.

O secretário de Orçamento Federal, George Soares, explicou que a despesa superestimada estava principalmente na folha de pagamento de professores de universidades federais, que receberam a última parcela do ajuste da categoria no meio do ano. “Por isso, só pudemos redimensionar o gasto com pessoal após rodar a folha de pagamento de julho”, acrescentou.

Teto de gastos

Waldery Rodrigues reforçou que o governo não pretende realizar nenhuma flexibilização na regra constitucional do teto de gastos.

“O teto de gastos é um sinalizador importantíssimo. Não está na mesa do governo a discussão sobre o teto de gastos, com a retirada, por exemplo, dos investimentos”, enfatizou.

“Não vamos trabalhar com (mudanças) no teto, vamos trabalhar com o piso (das despesas obrigatórias). Controlando a despesa obrigatória, criamos espaço para as despesas discricionárias”, completou o secretário.