Demissões no Quênia, falta de aspargos na Suíça, interrupção da entrega de uísque escocês no Japão e restaurantes japoneses sem sushi na Europa. O vulcão na Islândia vem causando problemas para a economia bem além dos aeroportos. Institutos de pesquisas já indicam que, se a situação não melhorar, as perdas na Europa podem ficar entre 1% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Ontem, empresas e governos passaram o dia fazendo cálculos sobre os impactos do caos causado pelo vulcão em suas atividades e a União Europeia (UE) anunciou que um grupo avaliará o prejuízo. Só o setor aéreo deve ter perdas de US$ 1 bilhão, maior que as causadas pelos ataques de 11 de setembro de 2001.
Mas o cotidiano de muitos que não viajaram também está sendo afetado. Um supermercado da Suíça – Migros – anunciou que terá aspargos só até quarta-feira, já que 95% do produto vem de fora da Europa. Em Genebra, pelo menos dois restaurantes japoneses anunciaram que podem fechar suas portas por alguns dias por causa da falta de sushi.
Na Europa, cientistas não acreditam que haja um impacto grande na produção agrícola, ainda que a Universidade de Bristol lembre que a erupção de um vulcão na Islândia em 1783 destruiu plantações e causou uma grande fome na França. Alguns anos depois, ocorreu a Revolução Francesa, liderada pelos segmentos mais miseráveis do campo.
Produtos como o peixe da Islândia, o atum do Vietnã, alface e legumes também correm o risco de faltar – já que são transportados por avião para chegar aos consumidores ainda frescos. Milhares de garrafas de uísque escocês se acumulam nos aeroportos da Grã-Bretanha, esperando a reabertura dos aeroportos.