Levantamento da Serasa, uma das maiores empresas do Brasil em informações e análises econômico-financeiras para apoiar decisões de crédito e negócios e referência mundial no segmento, revela que o volume total de títulos protestados (pessoas físicas e jurídicas) apresentou queda de 19,7%, na comparação julho 2003/2, totalizando no mês 677 mil protestos em todo o território nacional. Nos sete primeiros meses de 2003, a inadimplência total,indicada pelo volume de protestos de pessoas físicas e jurídicas caiu 11,2%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram registrados 5 milhões de títulos protestados de janeiro a julho de 2003.
De acordo com o estudo da Serasa, o volume de protestos de pessoa física diminuiu 19,9% em julho de 2003, na comparação com o mesmo mês de 2002. Foram registrados 317 mil títulos protestados de pessoa física no sétimo
mês de 2003.
No acumulado do ano de 2003, foram verificados 2,2 milhões de títulos protestados de pessoa física no país, com decréscimo de 16,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundos os técnicos da Serasa, essa queda deve ser vista muito mais como uma redução na utilização desse instrumento, em um ambiente que está priorizando a renegociação de dívidas, por conta da conjuntura não favorável ao consumidor (aumento de desemprego, juros elevados e queda da renda), do que como uma tendência de inadimplência. De acordo com o estudo da Serasa, o volume de protestos de pessoa jurídica também caiu. Em julho de 2003, foram protestados 359 mil títulos
de empresas, o que representou uma queda de 19,6% em comparação com o mesmo mês de 2002.
De janeiro a julho de 2003, o volume de protestos de pessoa jurídica apresentou queda de 6,8%, na comparação com os sete primeiros meses do ano anterior. Foram registrados 2,8 milhões de protestos de empresas no período.
O volume de protestos de pessoa jurídica apresenta queda devido à menor demanda por crédito por parte das empresas, que evitam o capital de terceiros, sobretudo o de curto prazo que tem custos mais elevados, e que não encontrou, até julho, contrapartida na reação das vendas. As empresas procuram não ter problemas de pagamento com seus fornecedores para que, no caso de reposição rápida de estoques, sejam prontamente atendidas.
Falências e Concordatas
A pesquisa da Serasa revela que o volume de falências requeridas em julho de 2003, registrou queda de 23,3% na comparação com o mesmo mês de 2002, em todo o país. Foram requeridas 1,5 mil falências em julho de 2003.
O total de falências decretadas também caiu. Em julho de 2003, foram decretadas 445 falências, com decréscimo de 9,6%, em relação ao mesmo mês de 2002. O volume de concordatas requeridas (51) apresentou baixa de 1,9% no sétimo mês do ano, comparado com igual mês de 2002. Já o volume de concordatas deferidas (42) aumentou 20% na comparação julho 2003/2.
Ainda de acordo com o estudo da Serasa, o volume de falências requeridas (10 mil) nos sete primeiros meses de 2003 aumentou 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de falências decretadas também
registrou aumento, 15,4%, na comparação janeiro a julho 2003/2. Foram decretadas 3,2 mil falências no período.
O volume de concordatas requeridas apresentou aumento de 17,5% no acumulado de 2003, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram requeridas 376 concordatas no período. O volume de concordatas deferidas (272) registrou alta de 8,8% na comparação janeiro a julho 2003/2.
Os indicadores de insolvência mostram que são as empresas menos capitalizadas e mais expostas às elevadas taxas de juros que registram dificuldades no ano, pois também não conseguiram completar seu ciclo operacional (de vendas) para gerar receitas frente a compromissos assumidos anteriormente. Neste contexto, são mais penalizados os micro e pequenos negócios.