O volume de recursos aplicados no varejo cresceu 4,9% no primeiro semestre deste ano em relação a dezembro do ano passado para R$ 1,6 trilhão, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 10, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Do montante total, R$ 620,4 bilhões referem-se à poupança, R$ 520,1 bilhões a títulos e valores mobiliários e R$ 487,9 bilhões estão aplicados em fundos de investimento.
Segundo a Anbima, o segmento de alta renda segue com tendência de crescimento, com alta de 7,3% no primeiro semestre, para R$ 749 bilhões. O varejo tradicional, com R$ 879,3 bilhões, apresentou alta de 3%.
O número de clientes, por outro lado, caiu 1,3% no período analisado, para 69,4 milhões. De acordo com José Rocha, presidente do Comitê de Varejo da Anbima, o número de clientes recuou influenciado pelos saques da poupança, mas “apesar dos saques terem ocorrido no acumulado, há relativa estabilidade e provável inversão da curva, motivada pela queda de juro”.
Para ele, a queda do juro também motiva a tomada de risco e diversificação, o que já pode ser visto nos fundos de multimercado, de ações e até o investimento direto em ações. “Essas categorias tendem a ter maior participação nas carteiras à medida que o juro recua”, destacou.
Rocha destacou ainda que, além da poupança, também os investimentos de varejo no Tesouro Direto já começam a perder atratividade por conta da visão de contração do juro básico da economia.
De acordo com os dados da Anbima, o saldo dos investimentos do varejo no Tesouro Direto estava em junho em R$ 31,99 bilhões, de R$ 28 bilhões em dezembro.
O saldo dos fundos de previdência cresceu 10,8% para R$ 680 bilhões nos primeiros seis meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Para Rocha, o debate sobre a previdência tem feito as pessoas se preocuparem mais com a poupança da aposentadoria.