O volume de cheques devolvidos por falta de fundos, em relação ao total de compensados, em março, foi de 16,7 unidades por mil – o que representa uma alta de 3,1%, em relação ao mesmo mês de 2002. Em março de 2002 foram devolvidos 16,2 cheques a cada mil compensados.
Segundo levantamento divulgado ontem pela Serasa, o índice de cheques devolvidos em março de 2003 é o maior desde 1991 – quando o indicador foi criado – para o mesmo mês na comparação mensal e trimestral.
O estudo da Serasa revela um aumento de 2% no volume de cheques sem fundos na comparação entre o primeiro trimestre de 2003 com o mesmo período do ano passado.
Nos primeiros três meses de 2003 foram devolvidos 15,1 cheques a cada mil compensados contra 14,8 no mesmo período do ano passado.
Para os técnicos da Serasa, a elevação da inadimplência é reflexo do alongamento nos prazos de aceitação dos cheques pré-datados, utilizado no final de 2002.
Nesse período, o comércio varejista se utilizou de promoções e facilidades de financiamento com cheques a prazos mais longos como instrumento de marketing para atrair o consumidor.
Segundo a Serasa, a estratégia adotada pelo comércio pode ter dado resultados positivos nas vendas, mas houve perda na qualidade do crédito concedido, que se reflete na estatística de cheques sem fundos.
?Cabe destacar que o primeiro trimestre carrega sazonalidade na inadimplência, também com cheques, que tem seu ponto crítico sempre em março?, diz o comunicado da Serasa. ?A utilização de ferramentas avançadas para a decisão de crédito, a exemplo dos Scorings, teriam reduzido a sazonalidade e ampliado em muito os graus de segurança dos negócios?, completa a instituição.