Foto: Fábio Alexandre/Tribuna |
Funcionários querem as mesmas garantias feitas em Taubaté. continua após a publicidade |
A proposta fechada entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, interior de São Paulo, e a direção da Volkswagen – que será votada hoje pelos trabalhadores, em assembléia -pode ajudar as negociações entre a empresa e os trabalhadores da unidade de São José dos Pinhais. Pelo menos é esta a expectativa da categoria.
?O acordo em Taubaté pode servir como referência para melhorar alguns pontos e evitar as demissões por aqui?, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Jamil D?Ávila.
Segundo ele, a nova proposta apresentada aos trabalhadores de Taubaté ?não é tão ruim, como a Volkswagen tinha inicialmente apresentado.? Entre os pontos positivos, cita ele, estão o aumento do salário extra de 40% para 60% do salário mensal, multiplicado pelos anos de trabalho na montadora, para quem decidir deixar a companhia – dentro do Programa de Demissão Voluntária (PDV).
?É bom para o trabalhador que já pensa em deixar a empresa. É um incentivo a mais?, afirmou.
Outro ponto importante, lembrou D?Ávila, é a garantia de que haverá novos investimentos (produtos) na unidade de Taubaté, que fabrica atualmente a linha Gol, Parati e Saveiro. ?O Gol está no mercado há vinte anos, e a tendência é que a produção caia com o tempo. Se não houver um produto novo, fica complicado?, afirmou.
A expectativa é que o novo modelo da VW – chamado, por enquanto, NF – seja fabricado naquela unidade.
O acordo prevê ainda discussão de condomínio industrial, nova tabela salarial e criação do banco de horas, com limite de 150 horas positivas e 120 horas negativas. ?O banco de horas, se for bem administrado, não é ruim?, apontou D?Ávila.
Os trabalhadores – 5.100 em Taubaté – vão decidir hoje, em assembléia, se aceitam a proposta. Em caso positivo, explicou D?Ávila, a proposta será apresentada à direção da montadora, na Alemanha, que avaliará se as mudanças são suficientes dentro do plano de reestruturação.
Férias coletivas na fábrica de São José
Para o coordenador da Comissão de Fábrica da montadora em São José dos Pinhais, Gilson Ricardo Santos Batista, um dos poucos pontos positivos do acordo é o aumento do salário extra no PDV, de 40% para 60%. Segundo ele, caso o banco de horas integre a proposta, ele deve ser rejeitado pelos trabalhadores da unidade paranaense.
Desde ontem, os funcionários da montadora em São José dos Pinhais estão em férias coletivas, que seguem até o próximo dia 26. A empresa emprega na unidade 4,2 mil pessoas e é responsável pela produção de aproximadamente 810 veículos por dia.
Dentro do plano de reestruturação da montadora, cerca de 6 mil pessoas podem ser demitidas nas cinco fábricas instaladas no País até 2008 – aproximadamente 1,4 mil no Paraná, sendo 950 apenas este ano. De acordo com Jamil D?Ávila, porém, essas demissões na unidade de São José dos Pinhais não devem ocorrer ainda este ano. ?Existe o programa de produção, que prevê o trabalho nos três turnos até dezembro. Se ocorrerem as demissões, a produção também precisará ser revista?, explicou.