A montadora alemã Volkswagen anunciou investimentos de R$ 6,2 bilhões no Brasil para o período de 2010 a 2014, dos quais metade virá de aportes da matriz e o restante de recursos próprios da subsidiária.
Em reais, este é o maior valor investido na história da Volkswagen do Brasil, superando os R$ 6 bilhões alocados de 1997 a 2002, quando a construção da fábrica em São José dos Pinhais (PR), em 1999, consumiu cerca de R$ 3 bilhões. Se for considerado o investimento em euros, o volume anunciado hoje é o segundo mais elevado.
O presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, afirmou que o pacote de R$ 3,2 bilhões destinado ao investimento de 2007 a 2011 foi integralmente consumido agora em 2009.
Cerca de 60% dos desembolsos até o fim de 2014 serão destinado ao lançamento de produtos – somente em 2010, a Volks planeja lançar 13 veículos, sendo que um terço pertencerá à categoria de comerciais leves. O número é inferior ao portfólio de 16 lançamentos em 2009. Hoje, a empresa lança o CrossFox, o penúltimo modelo previsto para este ano.
Os 40% restantes serão investidos no aumento da capacidade produtiva da montadora, especialmente das fábricas Anchieta, Taubaté e São Carlos, em São Paulo. Hoje, a Volkswagen trabalha com uma capacidade instalada para 840 mil veículos por ano.
Ao fim de 2009, a previsão é de que a empresa feche com 800 mil carros produzidos. O executivo não informou qual será o aumento da capacidade produtiva, pois a decisão depende do comportamento das exportações.
O investimento anunciado hoje, segundo Schmall, visa aproximar a empresa da meta de vender 1 milhão de veículos no Brasil, inicialmente prevista para ser concretizada em 2014. Entre janeiro e outubro, as vendas da montadora no País alcançaram 527 mil unidades.
“Vamos investir o que for necessário para assumirmos uma posição forte no mercado”, afirmou hoje a jornalistas, ressalvando que a meta do grupo é de ter um crescimento sustentado, já que “market share não paga almoço”.
Schmall observou, também, que a decisão de investir essa soma vem do compromisso do governo de manter o ritmo de crescimento e a estabilidade da economia.
“É claro que os aportes são alinhados com a perspectiva de longo prazo do País. Ninguém dá uma assinatura sem entender o amanhã.” Ele dissociou o aumento dos investimentos do anúncio, feito essa semana, de prorrogação do IPI reduzido para veículos de motor flex até março de 2010. “Essa é uma política de curto prazo que terá, sim, impacto positivo na indústria, mas ninguém sabe dizer de quanto”, comentou.