As greves nas duas principais montadoras de automóveis do Paraná, que começaram na semana passada, já estão afetando a produção de veículos e refletindo nas fabricantes de autopeças.

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Calcula-se que mais de 6 mil unidades deixaram de ser produzidas na Volkswagen-Audi, desde quinta (dia 3), e na Renault-Nissan, desde sexta-feira (dia 4).

As paralisações devem continuar pelo menos até a próxima segunda-feira (14), dia marcado para as próximas assembleias dos trabalhadores de ambas as fábricas, que vão analisar possíveis propostas das empresas.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), nenhuma das duas empresas apresentou novas propostas de reajuste. Ontem, líderes sindicais estiveram na porta das fábricas para informar os trabalhadores sobre a situação.

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Na Volks-Audi o principal pedido é de 10% de reajuste salarial e um abono de R$ 2 mil, tudo já em setembro. Na Renault, os funcionários ainda pedem mais 1% de aumento, que teria ficado pendente da negociação do ano passado.

A posição da Renault-Nissan continua a mesma desde o início da greve. A empresa diz, através de sua assessoria de imprensa, que está estudando a situação, e que acredita no diálogo.

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A montadora tem capacidade para produzir entre 750 e 800 carros por dia em sua planta de São José dos Pinhais, que está parada há três dias úteis. A greve afeta todos os setores da unidade, que tem cerca de 5 mil funcionários.

Já a Volkswagen-Audi, que tem cerca de 3,6 mil funcionários no Paraná, teria deixado de produzir quase 4 mil automóveis desde o início da greve, de acordo com cálculos do Sindicato dos Metalúrgicos.

A unidade de São José dos Pinhais da montadora alemã produz os modelos Golf, Fox e CrossFox. A empresa informa, em seu site, que tem uma capacidade diária de produção de 810 veículos, mas o SMC afirma que o número chega a 840.

Autopeças

Com as greves nas duas empresas, o SMC informa que o setor de autopeças foi diretamente afetado e aproximadamente 13 mil trabalhadores estão parados. Segundo o Sindicato, empresas como Aethra e Peguform, além de outras fornecedoras das montadoras, não estão produzindo praticamente nada, já que os pedidos teriam diminuído consideravelmente.

Volvo

Ontem, ainda, foi a vez da Volvo negociar com os metalúrgicos, que pretendem benefícios semelhantes aos dos funcionários da Volks-Audi, mais um reajuste no valor do vale-mercado, que segundo o SMC está congelado há 13 anos em R$ 60.

A proposta da empresa deve ser discutida hoje pelos empregados, em assembleia no início da manhã, na frente da empresa. Se a proposta não agradar, o Sindicato já avisa que paralisações de protesto podem acontecer já a partir de hoje. A empresa tem cerca de 2,6 mil empregados em Curitiba.