São Paulo – Disposta a eliminar quase 4 mil postos de trabalho de seu quadro direto de pessoal, a Volkswagen do Brasil fez uma proposta praticamente irrecusável aos funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Para retirar de operação 1.923 trabalhadores considerados excedentes, a montadora está disposta a mantê-los em casa, por um contrato de estabilidade, recebendo normalmente os salários até o fim de 2006, quando então serão demitidos. Esse é um dos itens da oferta apresentada após reunião de 12 horas encerrada na madrugada de ontem entre a direção da montadora e sindicalistas. Os trabalhadores realizam assembléia amanhã para dizer se aceitam.
Outra opção é aderir a um programa de demissão voluntária (PDV) e receber 20 salários extras, além de abono de 40% por ano trabalhado. Segundo membros da Comissão de Fábrica, o salário médio na fábrica é de R$ 1,9 mil e o tempo médio de casa é de 14 anos. Um operário nessas condições receberia, só em benefício, cerca de R$ 48 mil. Com os direitos trabalhistas, o valor pode dobrar. As opções são para quem não quer participar do centro de formação e da Autovisão, uma empresa de recolocação profissional.
Para os funcionários de Taubaté, onde há 2.010 excedentes, não há, por enquanto, nova proposta, além da oferta de bolsa de estudo por um ano.