Volks volta a demitir em novembro e pode fechar fábrica

São Paulo (AE) – A Volks voltará a demitir funcionários a partir de novembro, quando vence o acordo de estabilidade fechado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e pode até mesmo fechar uma fábrica no País. As demissões fazem parte da segunda fase do plano de reestruturação, iniciado em 2003, com o objetivo de cortar curtos e buscar rentabilidade. A empresa tem prejuízo no País há oito anos e, segundo o presidente da Volkswagen do Brasil, Hans-Christian Maergner, quer ter lucro operacional em 2007.

Os sindicalistas do ABC afirmam que serão 5,4 mil demissões até 2008, sendo 3 mil somente este ano. Maergner se recusou a confirmar a estimativa, dizendo que ?qualquer número é pura especulação?.

Ele afirmou que a matriz na Alemanha sugeriu o fechamento de uma das fábricas no Brasil, por causa dos altos custos e da ociosidade de aproximadamente 70%. Mas, segundo ele, a empresa pretende evitar que isso aconteça e ?iniciará imediatamente as negociações com as entidades sindicais para melhorar a produtividade e diminuir os gastos?. O executivo descartou a possibilidade de haver transferência de unidades produtivas do Brasil para outros países.

A Volks pretende cortar 25% dos custos de produção dos novos modelos a serem lançados até 2008. Ele admitiu que a fábrica da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, é a mais custosa. Sem mencionar o nome da concorrente Fiat, o executivo afirmou que a produção em Minas Gerais (a multinacional italiana tem fábrica em Betim) custa a metade da Volks no ABC.

O presidente da Volks adiantou que a empresa não planeja reduzir a produção no mercado doméstico, mas lamentou a falta de iniciativa do governo federal de criar programas para incentivar as vendas de veículos no Brasil, que crescem abaixo do esperado desde 1997.

Após afirmar que ?a valorização do real foi de 33% entre 2003 e 2006; ninguém esperava isso e é impossível fazer o repasse desse custo?, Maergner disse que a margem das vendas externas não cobre os esforços para exportar.

Por isso, o executivo informou que a montadora deverá reduzir em 40% o número de veículos exportados até 2008. Somente em 2006, a expectativa é de um corte de 31% nas vendas externas, que passaram do recorde de 256 mil unidades em 2005, para 175 mil este ano. 

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