Crise

Volks propõe reduzir salários, jornada de trabaho e implantação de PDV

O acordo salarial proposto pela Volkswagen aos funcionários da fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, inclui um plano de demissões voluntárias (PDV) e a redução de jornada de trabalho e salários, com a adesão da unidade ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal.

A proposta será votada pelos metalúrgicos na segunda-feira (19). Caso eles aceitem, a montadora será a primeira empresa do estado a aderir ao PPE, lançado em julho – a possibilidade de adesão havia sido adiantada pela Gazeta do Povo no fim de agosto. Até agora, apenas 12 companhias brasileiras participam do programa, com 18,7 mil funcionários.

O objetivo da Volks com o PPE é reduzir jornada e salários em 20% a partir de 1.º de novembro, por um prazo de seis meses, prorrogáveis por mais seis. Metade da redução salarial, no entanto, seria coberta por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), de modo que os vencimentos dos empregados diminuam em 10%, conforme as regras do programa.

O número de funcionários a serem incluídos no PPE ainda não foi definido. Primeiro, a empresa vai esperar o fim do prazo de adesão ao PDV, programado para o fim de outubro. Quem aceitar a demissão voluntária receberá o equivalente a cinco a dez salários, conforme o tempo de casa.

Outras três fábricas da Volkswagen no país – em São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, todas em São Paulo – já aderiram ao PPE, com um total de quase 6,5 mil empregados envolvidos. A planta de São José dos Pinhais tem 3,5 mil funcionários, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).

No caso da unidade paranaense, o plano seria aplicado a empregados das áreas diretas de produção e áreas indiretas. O acordo proposto pela empresa prevê que, em caso de agravamento do cenário econômico e da indústria automobilística, as partes voltem a negociar.

Outros itens

Válido por dois anos, o pacote oferecido pela montadora inclui a reposição da inflação medida pelo INPC em 2015 (a partir de novembro) e 2016 (em setembro).

A participação nos lucros e resultados neste ano será de pelo menos R$ 13.376,40, se a fábrica produzir até 188,4 mil veículos, podendo chegar a R$ 16.259, caso a produção ultrapasse a marca de 229 mil veículos. As mesmas condições valem para 2016, com valores reajustados pelo INPC.

Caso os metalúrgicos aprovem a proposta, a Volkswagen se compromete a manter a produção dos atuais modelos da unidade paranaense – o Fox, o Golf e o Audi A3 Sedan – durante a vigência do acordo, conforme “as demandas de mercado”. “Necessidade de adequações na alocação de produtos deve ser previamente discutida com o Sindicato”, informa o documento.

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