O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, esteve nesta quarta-feira (04) em Curitiba para o lançamento do Centro de Treinamento Regional da Academia Volkswagen, voltado para a qualificação dos profissionais da rede de concessionárias.
Em meio ao anúncio, o presidente reconheceu que as negociações salariais e da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) têm impactado diretamente na margem de lucro do grupo, bem como nas decisões de investimento. Por enquanto, até 2014, os planos de investimentos da empresa no Brasil são de R$ 6,2 bilhões, porém, a empresa não divulga os números por estado.
“Entre salários e benefícios já houve um aumento de 40% no último ano, porém, só repassamos 15% no preço final do produto, ou seja, estamos achatando as margens, mas isso não se configura em um modelo sustentável para qualquer negócio. Novos investimentos e novas contratações dependem muito do resultado dessas negociações”, analisou Schmall.
Quanto às negociações da PLR com os funcionários da unidade em São José dos Pinhais, o presidente disse que estão em andamento, mas evitou detalhar a proposta. “Sempre estamos abertos a negociação”. Ele também informou que para os funcionários da unidade em São Carlos, no ABC paulista, a PLR 2011 ficou em R$ 5,2 mil. “É um ganho de mais de 30% em relação ao ano passado”, apontou.
Questionado se a PLR dos funcionários da unidade em São José dos Pinhais seria 80% do total aprovado no ABC, o presidente se limitou a dizer que cada unidade receberá conforme os critérios e metas de desempenho do grupo.
Na reunião iniciada às 18h entre a Volks e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a expectativa é para que haja um avanço nas negociações, porém, até o momento não terminou o encontro. Amanhã, às 5h, o SMC levará a proposta resultante desse encontro. Se não for aprovada, os metalúrgicos da Volks entrarão em greve.
Recuo nas vendas
O presidente também avaliou a influência das medidas macroprudenciais do governo federal para conter a inflação sobre as vendas do setor. Em abril, segundo os dados divulgados nesta semana pela Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave), o mercado de automóveis e comerciais leves recuou 5,48%. O mês passado registrou venda de 272.923 automóveis e comerciais leves contra 288.749 de março.
“As vendas devem esfriar nos próximos três meses devido às medidas contra a inflação, porém, é a primeira vez que o País está preparado para enfrentar isso. Tanto que o setor continua otimista e apostando no médio e longo prazo”, garantiu Schmall.
Entretanto, o presidente se mostrou bastante descontente com o crescimento da participação dos veículos importados nas vendas para o mercado interno. “Os carros importados, principalmente os asiáticos, são mais competitivos do que os que produzimos aqui, até porque a mão-de-obra de lá custa a metade da utilizada aqui. Só que um crescimento sustentável não acontece com o carro importado sendo mais competitivo que o local”, ressaltou.
