A Volkswagen do Brasil solicitou uma audiência com o governador Roberto Requião para apresentação do plano de reestruturação da montadora que deverá envolver todas as plantas industriais que a empresa mantém no País. O pedido foi feito por Elisabeth Carvalhaes, representante da Volkswagen para Assuntos Governamentais, durante reunião do Conselho de Política Automotiva, do governo do Estado, realizada ontem.
Carvalhaes não quis antecipar detalhes do plano de reestruturação da montadora, argumentando que a estratégia da empresa já foi apresentada ao governo federal e, agora, será apresentada oficialmente aos governos do Paraná e de São Paulo, estados que contam com unidades industriais da montadora.
A reunião foi convocada pelo presidente do Conselho de Política Automotiva do governo do Estado, Mário Lobo, para discutir a reestruturação da Volkswagen e suas implicações no Paraná e também os acidentes do trabalho nas montadoras. Estiveram presentes os 22 representantes do órgão entre sindicalistas, montadoras e do governo estadual.
Mário Lobo lembrou que o governo do Estado está muito preocupado com o plano de reestruturação que pode ser adotado pela montadora no Paraná e lembrou que o governador ainda não tem nenhuma informação oficial sobre a estratégia da Volkswagen no Estado. Lobo lembrou que a intenção do governo do Estado é proteger a economia do Paraná e dos trabalhadores.
A montadora se instalou no Paraná no início de 1999, atraída por incentivos fiscais. Segundo Lobo, se o plano de reestruturação for prejudicial ao Estado, o governo do Paraná pode rever os incentivos concedidos. ?Isso não significa que vai acontecer e nem é essa a intenção do governo?, ressaltou.
Segundo a representante da montadora, a crise por que passa a empresa foi provocada pela ?derrocada do câmbio?, que está forçando a revisão de todo o planejamento adotado no passado. Carvalhaes disse que todos os investimentos da montadora foram feitos dentro de uma realidade de câmbio que permitia as exportações. E a montadora, principalmente no Paraná, estava voltada para atender o mercado externo.
?Com a valorização do câmbio, a montadora perdeu receita e hoje o faturamento é insuficiente para cobrir os custos de produção?, disse Carvalhaes. Na estimativa da montadora, se o câmbio não for alterado, a Volkswagen acredita que vai perder até 40% das exportações até 2008. (AEN)
