A América do Sul ultrapassou os EUA no ranking dos principais compradores dos produtos brasileiros. No primeiro trimestre deste ano, a participação dos países sul-americanos foi de 21,85%. Em 2004, a região havia absorvido 20,4% das exportações brasileiras.

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Nos três primeiros meses deste ano, os Estados Unidos ficaram com uma fatia de 21,49%. O resultado mostra um incremento em relação à participação no final de 2004, de 20,77%. Apesar disso, a América do Sul, com destaque para o Mercosul, ganhou terreno. Os dados foram calculados com base em números do Ministério do Desenvolvimento.

No total, o País exportou, no primeiro trimestre, US$ 24,451 bilhões. O saldo positivo na balança comercial ficou em US$ 8,317 bilhões no período. Se computados os dados até a semana passada, o saldo é de US$ 10,607 bilhões.

?A participação da América do Sul cresceu por conta, sobretudo, da retomada do fluxo de comércio com a Argentina, principal parceiro do Mercosul, além de expansão nas vendas para todos os demais países do continente?, diz boletim da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior).

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O resultado da balança comercial no primeiro trimestre deste ano também confirma a tendência de diminuição da participação da União Européia como destino das exportações brasileiras. Nos três primeiros meses, o bloco de países europeus teve uma fatia de 23,76%. No ano de 2004, o percentual estava em 25%.

De acordo com a AEB, a queda da participação da União Européia é relevante porque contrariou as expectativas do mercado. Com a ampliação do bloco, que passou a contar com mais dez países no ano passado, esperava-se uma elevação do percentual de importações de bens brasileiros.

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O incremento da relevância da parceria comercial com os vizinhos brasileiros parece refletir, na avaliação da AEB, a guinada na condução da política externa do governo Lula em favor da ampliação do intercâmbio comercial no eixo Sul-Sul. Ou seja, entre os países do mundo em desenvolvimento. ?O esforço empreendido pelo governo e empresários na divulgação do produto nacional, por meio da participação em feiras e missões comerciais em diversas partes do mundo, tem contribuído para a diversificação de mercados compradores do Brasil?, afirma a AEB.

O continente africano, que foi visitado recentemente pelo presidente Lula, também registra elevação como destino das vendas externas brasileiras. A África, que detinha 4,35% ao final de 2004, no fim dos primeiros três meses deste ano passou para 4,91%.

A despeito do dinamismo desses novos mercados, os especialistas em comércio exterior ressaltam que os mercados dos países ricos não devem ser negligenciados. O maior acesso a eles, porém, passa pela resolução de questões sensíveis, como barreiras tarifárias e não-tarifárias.