Moradores da Vila Rural Fiorencio Barea, em Cidade Gaúcha, Noroeste do Estado, estão criando uma cooperativa para prestar serviços a indústrias de vestuário da região. Um galpão de 300 metros quadrados está sendo construído na vila, para abrigar as nove máquinas de costura que serão utilizadas no trabalho. Os R$ 32 mil investidos no barracão e na compra das máquinas são sobras dos recursos usados pela Cohapar na implantação da vila.
A cooperativa reunirá inicialmente 12 moradores da vila – dez mulheres e dois homens. Parte deles trabalha ou já trabalhou em empresas de confecção. “Quem tem serviço fora passará a trabalhar na vila, mais perto da família e da roça”, diz a presidente da Associação de Moradores, Edna Ramos da Silva. O serviço no barracão deve render ao menos um salário mínimo mensal a cada participante.
Os costureiros esperam apenas a conclusão das obras do barracão para iniciar os trabalhos. A Prefeitura de Cidade Gaúcha é responsável pela construção. Enquanto a obra não fica pronta, outros moradores que se interessarem pelo trabalho na confecção vão receber treinamento – as máquinas de costura plana, overloque e trespontadeira já estão no Galpão Comunitário da Vila Rural.
“Todos que quiserem poderão trabalhar, desde que façam o treinamento”, afirma Edna. “Nossa intenção é fazer a cooperativa crescer, comprando mais equipamento e dando serviço a mais vileiros.” Mesmo antes da oficialização da cooperativa, os moradores da vila rural já têm um acordo de prestação de serviços com uma grande empresa de Cianorte, principal pólo de confecções do Paraná. “Vamos fazer o arremate e o acabamento das peças”, explica Edna.
A Vila Rural Fiorencio Barea abriga 210 famílias. Além da moradia de 45 m , cada família tem um lote de 5 mil m para plantio de subsistência e para fins comerciais. A prestação mensal custa em média R$ 30. O programa vilas rurais foi lançado em 1995. Até o final de 2002, estarão assentadas 16 mil famílias de bóias-frias, em 412 Vilas Rurais, em 276 municípios.
“A construção das casas por autogestão, em que os vileiros se associam para comprar o material e contratar a mão-de-obra, possibilita economia na execução, gerando sobras como a que está sendo usada para equipar a confecção em Cidade Gaúcha”, avalia o secretário estadual da Habitação e presidente da Cohapar, Rafael Dely.
