O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o viés protecionista de medidas existentes no pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos, já aprovado pela Câmara dos EUA, “não é um bom sinal”. Ele lembrou que o plano ainda precisa ser aprovado no Senado e, depois, o presidente dos EUA, Barack Obama, terá a oportunidade de veto – “o que não seria fácil neste momento”, reconhece o ministro.

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“Por outro lado, ficamos encorajados quando o presidente Obama, falando com Lula, declarou que a Rodada Doha é importante e precisa ser finalizada”, disse. “As duas coisas não vão no mesmo sentido, os aspectos terão de ser esclarecidos.” Para ele, será preciso fazer “um certo lobby”, não somente pelo Brasil, mas também por outros países.

Amorim disse esperar que a visão multilateralista de Obama prevaleça neste momento. “Espero que ele ouça os outros nesse aspecto também”, afirmou em entrevista hoje no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). “Como a esperança venceu o medo, é preciso que a coragem também vença.

“Ele reconhece que, em momentos de dificuldades econômicas, o risco de protecionismo aumenta. “O protecionismo é talvez a doença mais contagiosa que existe”, alertou. No entanto, Amorim avalia que é justamente nas situações de dificuldade econômica que se precisa de mais medidas para impedir o caminho do protecionismo.

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