As vendas reais do comércio paranaense cresceram 2,04% em setembro, comparado ao mesmo mês do ano passado, na contramão da queda de 1,23% registrada pelo varejo nacional, após dois meses de crescimento. No acumulado do ano, o volume vendido pelo setor no País caiu 0,23% e o do Paraná recuou 1,16% em relação ao mesmo período de 2001. Nos últimos doze meses, houve decréscimos de 0,58% no comércio brasileiro e de 1,47% no Estado. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Já a receita nominal (não deflacionada) se manteve positiva, sustentada pela elevação de preços no período. No País, cresceu 6,32% em relação a setembro de 2001, 6,08% no acumulado do ano e 5,77% no acumulado dos últimos doze meses. No comércio paranaense, o faturamento bruto teve ampliação de 8,38% comparado a setembro do ano passado, 4,42% no ano e 4,72% nos últimos doze meses.
A queda nacional no volume de vendas do varejo foi motivada pelo desempenho negativo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com redução de 6,02% sobre setembro de 2001. Um dos fatores determinantes para esse índice foram os recentes aumentos dos preços dos alimentos, que acumularam alta de 6% de julho a setembro, conforme o IPCA. Com menor influência no índice mensal apareceu o segmento de Móveis e eletrodomésticos (-0,86%). Tiveram taxas positivas: Combustíveis e lubrificantes (11,37%), Demais artigos de uso pessoal e doméstico (1,93%) e Tecidos, vestuário e calçados (0,11%).
O setor de combustíveis pressionou o índice positivo do Paraná, com crescimento de 31,58% na relação setembro 02/setembro 01. Foi a maior variação do País. Na avaliação dos técnicos do IBGE, a aceleração das taxas de crescimento desse ramo nos últimos meses reflete a estabilização dos preços dos combustíveis no período e o aumento do consumo provocado pela campanha eleitoral. O Paraná apresentou a quarta maior queda das vendas do setor supermercadista (-10,24%). No segmento de Móveis e Eletrodomésticos, o Estado registrou a maior retração do País (-5,24%).
No grupo Demais artigos de uso pessoal e doméstico, o Paraná teve a segunda maior variação positiva (14,39%). Porém no segmento de Tecidos, vestuário e calçados, o Estado contabilizou a segunda maior queda entre os estados (-8,81%). As vendas de Veículos, motos, partes e peças tiveram elevação de 0,52% comparado a setembro de 2001, interrompendo uma série de quinze meses de taxas mensais negativas. Mas o Paraná não acompanhou o desempenho nacional, registrando a segunda maior redução (-7%).
Indústria intensifica reação
A produção industrial cresceu em nove dos 12 locais analisados pela Pesquisa Industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de setembro, em relação ao mesmo mês de 2001. Entre janeiro e setembro, todos os locais – exceto a Bahia – intensificaram o ritmo da atividade fabril. Já as taxas acumuladas dos últimos 12 meses, mesmo permanecendo negativas em oito locais, apresentaram melhora generalizada, na passagem de agosto para setembro.
Alcançaram taxas expressivas de crescimento, em relação a setembro de 2001: Rio de Janeiro (13,5%), Pernambuco (12,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Espírito Santo (10,0%), Paraná (9,6%), Ceará (9,2%), Minas Gerais (7,3%) e região Sul (7,3%). A produção na região Nordeste (2,3%) também aumentou, embora menos que a média da indústria brasileira (5,6%). Bahia (-6,2%), Santa Catarina (-2,0%) e São Paulo (-1,6%) tiveram queda na produção. No trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, o setor industrial cresceu em dez das 12 áreas pesquisadas. Já do segundo para o terceiro trimestre de 2002, a indústria acelerou seu ritmo em sete áreas, principalmente Bahia (de -10,9% no segundo para 5,8% no terceiro trimestre) e Nordeste (de -5,2% para 3,8%).
O índice acumulado de janeiro a setembro cresceu em seis das 12 áreas pesquisadas. Rio de Janeiro (10,7%) e Espírito Santo (7,3%) mantiveram a liderança, sobretudo pela extração de petróleo e gás e pela fabricação de celulose. Também registraram crescimento RS (3,7%), Sul (1,3%) , PR (0,2%) e CE (0,1%). Houve quedas em Pernambuco (-4,5%), São Paulo (-2,9%), Nordeste (-2,6%), Santa Catarina (-2,4%) Minas Gerais (-1,6%) e Bahia (-1,5%).
O acumulado dos últimos 12 meses registrou taxas anualizadas negativas em oito dos doze locais pesquisados, mas de agosto para setembro houve um movimento ascendente em nove, principalmente no Ceará, (de -4,5% para -2,5%).