O Paraná registrou alta de 3,5% no volume de vendas no comércio varejista no mês de maio, ficando abaixo da média nacional de 6,2%. A desaceleração no crescimento em relação ao mês de abril também foi grande. No penúltimo mês analisado, o índice tinha ficado em 9,2%, o que apontou uma queda de 5,7% de um mês para o outro. No acumulado do ano, o Estado registra alta de 4,4%, e 6,6% em 12 meses. Os números foram divulgados nesta terça-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso se deve ao equilíbrio de altas e quedas registradas nos grupos do comércio varejista paranaense. Combustíveis e lubrificantes (-6,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-7,4%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-23,5%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) tiveram variação negativa.
Já os grupos Móveis e eletrodomésticos (23,7%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (17,4%), Livros, jornais, revistas e papelarias (6,5%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,7%) tiveram desempenho positivo.
As vendas do comércio varejista brasileiro subiram 0,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam um desempenho entre uma queda de 0,60% e uma expansão de 1,90%, e colado à mediana, de alta de 0,65%.
Na comparação com maio do ano passado, as vendas do varejo tiveram alta de 6,2% em maio deste ano. Nesse confronto, as projeções variavam de uma alta de 3,70% a 8,50%, com mediana de 6,70%. Até maio, as vendas do setor acumulam altas de 7,4% no ano e de 9,2% nos últimos 12 meses.
Preços e emprego forte
Os preços mais baixos e o emprego forte impulsionaram a alta 0,6% nas vendas do varejo em maio ante abril. Seis das oito atividades do comércio varejista registraram aumento no volume de vendas.
“É a regra básica da economia. Baixou o preço, aumenta a demanda”, disse o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira. “As pessoas tendo confiança no mercado de trabalho, elas se arriscam a entrar num financiamento, mesmo pagando juros mais altos. Mesmo com medidas macroprudenciais, temos preços mais convidativos sim. Está se vendendo mais por conta dos preços mais baratos.”
Em maio, os resultados das vendas foram de uma alta de 11,6% para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 2,5% para tecidos, vestuário e calçados; 2,4% em livros, jornais, revistas e papelaria; 1,9% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 1,3% para móveis e eletrodomésticos; 0,4% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -0,6% para combustíveis e lubrificantes; e -4,0% em outros artigos de uso pessoal e doméstico. No varejo ampliado, houve alta de 0,2% para veículos e motos, partes e peças e variação de 0,0% para material de construção em relação a abril.
Já na comparação com maio de 2010, apenas a atividade de combustíveis e lubrificantes apresentou resultado negativo (-2,1%). “Os preços dos combustíveis aumentaram muito, principalmente do álcool. Isso daí inibe a demanda”, afirmou Pereira.
Ante o mesmo mês do ano passado, houve aumento de 20,4% no volume de vendas para móveis e eletrodomésticos; 1,9% para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 11,7% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 5,6% para tecidos, vestuário e calçados; 4,3% em outros artigos de uso pessoal e doméstico; 14,7% para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação e 8,3% para livros, jornais, revistas e papelaria.
A atividade de móveis e eletrodomésticos, com variação de 20,4% no volume de vendas em relação a maio do ano passado, exerceu o principal impacto, com participação de 57% na formação da taxa do varejo. O resultado foi puxado pela manutenção do crescimento do emprego e do rendimento, bem como pela queda dos preços dos eletrodomésticos (-6,3%, nos últimos 12 meses, para aparelhos eletrônicos no Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, do IBGE).
“Os preços dos móveis e eletrodomésticos estão baixos, apresentam até deflação, se você pegar pelo IPCA. O preço dos automóveis também. As montadoras estão numa concorrência muito grande, jogando os preços para baixo”, explicou o gerente do IBGE.
Já a atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de 1,9% no volume de vendas em maio sobre igual mês do ano anterior, registrou o segundo maior impacto na formação da taxa (participação de 15,0%), refletindo o aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa salarial.
A terceira maior participação (12,0%) foi de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, grupo que apresentou crescimento de 11,7% na comparação com maio de 2010. Segundo o IBGE, a expansão da massa de salários e a diversificação na linha de produtos comercializados foram os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.