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| Capacidade instalada do setor teve queda de quatro pontos percentuais. |
O faturamento da indústria em 2004 foi 7,43% superior ao de 2003. Os dados são de pesquisa divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná. "Em 2004, demos os primeiros passos para recuperar as perdas de 2003, quando o faturamento industrial foi negativo em 12,1%", explica o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.
Para o superintendente corporativo e vice-presidente do Sistema Fiep, Arthur Peralta Neto, o aumento da carga tributária para o setor agrícola e de serviços deverá ser repassado para os custos da produção industrial. "E o dólar em baixa interfere nos preços das comoditties, desestimulando a exportação de produtos agrícolas", diz.
Na avaliação do Departamento Econômico da Fiep foram as exportações e o aumento de crédito que impulsionaram a recuperação do faturamento industrial paranaense em 2004. No ano passado, as vendas internacionais atingiram a marca de US$ 9,4 bilhões, crescendo 31,4%. Já o Banco Central registrou um aumento de 33% do crédito pessoal, que foi direcionado para o consumo de bens duráveis, como automóveis e linha branca.
Em dezembro, o faturamento da indústria do Paraná caiu 5,41%, na comparação com novembro. Foi o quarto mês consecutivo de baixa nas vendas do setor.
Entre os itens que apresentaram quedas estão Vestuário, calçados e artefatos de tecidos (23,87%), Produtos farmacêuticos e veterinários (8,55%) e Mecânica (4,29%).
O presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Curitiba e vice-presidente da Fiep, Ardisson Akel, afirma que a inconstância climática prejudicou as vendas do setor. "Tivemos este ano inverno dentro do verão e verão dentro do inverno", diz. Akel acrescenta que o setor busca expandir as vendas com ações de médio prazo de estímulo à exportação.
A queda nas vendas em dezembro refletiu na utilização da capacidade instalada da indústria, que caiu para 74%, quatro pontos percentuais a menos do que em novembro. A diminuição da atividade produtiva também provocou queda nas horas trabalhadas em 4,22%, em dezembro.
Destinos
As vendas industriais para o mercado externo subiram no mês passado. Foram vendidos 4,13% a mais que novembro e no acumulado o resultado permanece positivo em 8,46%. Os negócios dentro do Paraná recuaram 7,71% no mês e cresceram 4,69%, no acumulado do ano sobre 2003. No ano, os negócios com os demais estados brasileiros apresentaram uma variação positiva de 9,75%, sendo que no mês de dezembro o crescimento ficou negativo em 8,23%.
No acumulado do ano, os setores que mais compraram foram Matérias Plásticas (31,67%), Material Elétrico e de Comunicações (24,96%) e Bebidas (22,90%). Entre os setores que diminuíram as compras de insumos, estão Química (33,24%), Têxtil (17,53%) e Minerais não Metálicos (11,96%).
Setor abriu 13 mil novos postos
A indústria paranaense abriu 13 mil novas vagas (+0,69%) de trabalho no ano passado, de acordo com o levantamento realizado pelo Departamento Econômico da Fiep. Os dados comparam o número de empregados em 31 de dezembro de 2003 com a mesma data do último mês de 2004.
Mesmo com a geração de novos postos de trabalho, 10 dos 18 segmentos industrias pesquisados demitiram mais que contrataram em 2004. Em dezembro houve queda de 2,62% no total de empregados na indústria. "Para haver maior geração de empregos e renda, a economia precisa manter uma década de crescimento em 8%", avalia o vice-presidente Arthur Peralta Neto.
Os setores que mais empregaram em dezembro foram Material elétrico e de Comunicações (1,42%), Metalúrgica (1,20%) e Papel e Papelão (0,40%). Os setores com quedas foram Têxtil (3,74%), Produtos Alimentares (3,37%), e Produtos Farmacêuticos (2,76%).
No mês, em função do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro, houve ampliação de 8,88% da massa salarial paga, comparado com novembro de 2004. Já as horas extras trabalhadas na produção apresentaram queda de 4,22%.
