A atividade industrial registrada em janeiro no Paraná apresentou queda de 21,68% em relação a dezembro de 2011 e de 16,04% na comparação com janeiro daquele ano. De acordo com levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nesta segunda-feira (12), esse resultado já era esperado e repete a sazonalidade histórica de baixo desempenho no início do ano.

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Dos dezoito gêneros industriais pesquisados pela Fiep, onze apresentaram performance negativa em janeiro, dentre eles os três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense: ‘Veículos Automotores’ (-44,30%), ‘Alimentos e Bebidas’ (-28,29%) e ‘Refino de petróleo e Produção de Álcool’ (-2,84%). Outros setores que apresentaram queda significativa foram ‘Vestuário’ (-53,42%), resultado decorrente do fim das vendas da moda verão, e ‘Edição e Impressão’ (-47,53%), que enfrenta queda sazonal das vendas.

Na outra ponta, destacaram-se com resultados positivos o setor de ‘Têxteis’ (+87,13%), que cresce em razão de recuperação após queda de 36,71% em 2011; ‘Metalúrgica Básica’ (+20,78%), cujas vendas também se recuperam após queda de 33,02% em dezembro de 2011, e ‘Produtos de Metal’ (+11,46%).

Acompanhando o movimento de vendas menor, as compras de insumos pela indústria também apresentaram resultado negativo, marcando -10,36% em relação a dezembro de 2011 e -1,49% na comparação com janeiro do mesmo ano.

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De acordo com o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, o efeito sazonal deste janeiro foi reforçado pelo comportamento de dois setores importantes para a economia do Paraná: ‘Alimentos e Bebidas’, que foi influenciado diretamente pela quebra de safra agrícola (efeito La Niña) e pelo declínio sazonal da produção de açúcar, e ‘Veículos Automotores’ (automóveis e caminhões).

“Como o ano de 2011 foi de bom desempenho para a indústria paranaense, este primeiro semestre deve se constituir em período de fraca performance, com a perspectiva de ser inferior à do primeiro semestre de 2011, por conta da redução da renda interna causada pela previsão do declínio da atividade agrícola”, avalia Schmitt.

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Por outro lado, a atividade industrial neste janeiro, quando comparada com dezembro de 2011, não foi fortemente afetada, pois houve aumento no ‘pessoal empregado na produção’ (+0,76%) e na utilização da capacidade instalada, que cresceu um ponto percentual. Também quando comparada com janeiro de 2010, verifica-se aumento de +1,84% no ‘pessoal empregado total’, de +4,26% ‘no pessoal empregado na produção’, de +6,12% nas ‘horas trabalhadas’ e de um ponto percentual na ‘utilização de capacidade instalada’.

“Estes resultados evidenciam que não estava prevista uma queda de vendas tão intensa. Dessa forma, não é de todo descartável alguma recuperação já em fevereiro, inclusive sustentada por medidas de aumento de demanda, como a redução dos juros e o aumento do crédito”, aponta Schmitt.