Foto: João de Noronha
As vendas da indústria paranaense cresceram 11,08% em agosto, mas o resultado não foi suficiente para evitar que o faturamento do setor ficasse negativo no ano, na comparação com os oito primeiros de 2004. De acordo com a pesquisa Análise Conjuntural, elaborada pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), as vendas industriais recuaram 0,38%, entre janeiro e agosto, ante o mesmo período do ano passado.
Em agosto, houve melhora no desempenho das vendas da indústria para os três destinos pesquisados, com ampliação dos negócios dentro do Estado (7,32%), para o Brasil (12,43%) e para o exterior (14,36%). Segundo os economistas da Fiep, o crescimento no mês é normal e sazonal, porque é influenciado pelas vendas de final de ano. ?O desempenho negativo do faturamento acumulado mostra que a economia brasileira está estagnada, em função da condução equivocada da política econômica?, avalia o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.
Além de fatores macroeconômicos (juros altos, tributação elevada e real valorizado), o resultado das vendas da indústria pode estar sendo influenciado pela falta de capacidade de endividamento do consumidor por meio do crédito pessoal, que está chegando ao limite, com tendência de alta na inadimplência.
Outro fator preocupante é que o faturamento com as exportações está pelo menos 20% abaixo das expectativas. As vendas internacionais foram as que mais cresceram em 2005, com aumento de 7,62%. Enquanto isso, houve retração de 3,63% nas vendas para outros estados brasileiros e de 0,98% nas vendas dentro do Paraná.
Em agosto, houve queda de 0,41% no nível de emprego no setor industrial. Dez segmentos apresentaram resultados negativos na contratação. Porém, no acumulado do ano, o nível de emprego está 7,51% positivo. Em agosto, a capacidade instalada cresceu dois pontos, ficando em 79% e as horas trabalhadas subiram 1,23%. Em relação a julho, a massa salarial líquida dos trabalhadores da indústria cresceu 0,61%.