As vendas da indústria paranaense, em fevereiro, registraram queda de 1,48% na comparação com janeiro. Porém, o setor comemora o resultado do bimestre, que fechou registrando alta de 23,66%.
Os dados fazem parte da pesquisa Indicadores Conjunturais, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Com o resultado, este primeiro bimestre é o melhor de toda a série histórica desde 1986.
Segundo o economista Maurílio Schmidtt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep, ?tradicionalmente, todo início de ano caracteriza-se por baixa atividade para a indústria. Este primeiro bimestre, no entanto, foi bem diferente, pois as vendas industriais continuaram elevadas?.
Para Schmitt, o desempenho positivo do bimestre mostra que a indústria continua recuperando seus níveis de vendas, ?fato já percebido com nitidez no ano passado, quando elas atingiram o mais elevado desempenho de toda a série, superando o antigo recorde de 2002?. Os fatores conjunturais que estão impulsionando o setor incluem a boa performance agroindustrial do Estado, a fartura de crédito pessoal para consumo de bens, principalmente duráveis, e a expansão do mercado doméstico derivado da conjugação do crédito e da melhoria do nível de emprego e renda da população.
Capacidade instalada
A utilização da capacidade instalada está dois pontos percentuais acima da registrada no primeiro semestre de 2007, situando-se em 79%. Esta proporção só não é maior por causa do contínuo aumento da capacidade produtiva decorrente da incorporação de novas máquinas e equipamentos nas plantas fabris.
A Fiep projeta a manutenção do bom desempenho da indústria paranaense para os próximos meses.
Emprego
Em relação ao nível de emprego, 12 dos 18 gêneros pesquisados alcançaram resultados positivos e seis negativos no mês de fevereiro. O emprego diretamente ligado à produção subiu 1,36%. O resultado deste primeiro bimestre contra igual período de 2007 apresenta aumento de 6,11% no pessoal empregado total e de 4,92% no pessoal empregado na produção.
As maiores quedas em relação ao emprego foram registradas nos gêneros minerais não metálicos (-2,36%) ajustes feitos em função da dificuldade de competir com louças importadas da China; couros e calçados (-1,93%) redução de pedidos para os próximos meses; e produtos têxteis (-1,54%) ajustes no processo produtivo. A massa salarial líquida apresentou, em fevereiro contra janeiro, redução de 5,35% e as horas trabalhadas caíram 0,69% em decorrência da menor quantidade de dias trabalhados em fevereiro.
Produção aumenta em 15,3% e é a terceira melhor do País
Apesar da queda de 1,5% de janeiro para fevereiro, superior à média do País (-0,5%), a produção industrial paranaense registrou incremento de 15,3% no primeiro bimestre, segundo pesquisa divulgada ontem pelo IBGE. Com este desempenho, o Estado registra a terceira melhor performance entre as 14 regiões pesquisadas, atrás apenas de Amazonas (17,7%) e Pernambuco (15,6%). Houve expansão nas 14 áreas. Nove delas cresceram acima da média nacional (9,2%).
Em 2008, 12 dos 14 gêneros pesquisados tiveram aumento de produção. Mais uma vez, o resultado positivo foi alavancado por veículos automotores (47,1%), em função do crescimento nas linhas de caminhões, automóveis, colheitadeiras e tratores. Outros destaques positivos foram: refino de petróleo e produção de álcool (15,3%) e celulose e papel (14,4%). As pressões negativas vieram de alimentos (-2,9%) e bebidas (-3,8%).
Já na análise de fevereiro sobre fevereiro de 2007, todas as regiões pesquisadas tiveram expansão na produção industrial. No País, o acréscimo foi de 9,7%. No Paraná, o avanço foi de 12%, o décimo sétimo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação. Nove dos 14 ramos registraram taxas positivas. Veículos automotores (47,7%) segue disparado na liderança, seguido de refino de petróleo e produção de álcool (28,2%), máquinas e equipamentos (25,7%) e celulose e papel (14,2%).
