Setores como vestuário, calçados, jornais, revistas e papelaria foram os que mais se destacaram em 2007 no Brasil. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e revelam o maior crescimento dessas atividades na série histórica. O levantamento aponta que, no ano passado, o volume de vendas do comércio varejista acumulou crescimento de 9,9%, enquanto a receita nominal cresceu 14,1%.
Em 2007, o volume de vendas do segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 6,4% em relação a 2006 e respondeu por um terço da taxa global do varejo no ano. O desempenho foi reflexo da melhoria da renda e do emprego e a expansão do crédito. Já o segmento de móveis e eletrodomésticos teve o segundo maior impacto no resultado do comércio varejista, ao crescer 15,4% no volume de vendas em relação ao ano anterior. Além da renda e crédito, tiveram impacto no crescimento do segmento a queda nos preços, proporcionada pela concorrência dos importados.
Com um crescimento de 22,2% no volume de vendas aparece a atividade de ?outros?, que engloba artigos de uso pessoal e doméstico, além de segmentos como lojas de departamento, ótica, joalheira, artigos esportivos e brinquedos. Em 2007, a atividade de tecidos (vestuário e calçados) teve a quarta maior participação na taxa global do varejo, cresceu 10,7% em relação a 2006, melhor resultado do segmento em todo o período coberto pela pesquisa. A quinta maior contribuição coube ao segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que cresceu 8,9%. Isso está relacionado a expansão de salários, popularização dos ?genéricos? e diversificação na linha de produtos.
Combustíveis e lubrificantes, que após dois anos teve crescimento de 5,1%, deve o seu desempenho basicamente à queda dos preços, aliado ao crescimento da economia que refletiu no aumento de vendas de veículos novo. O sétimo maior impacto positivo no resultado do varejo no ano foi a atividade de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com acréscimo de 29,4%. Refletindo o crescimento da economia em 2007, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria obteve o melhor resultado de sua série histórica: 7,1% em relação a 2006. Mesmo assim, a atividade exerceu o menor impacto sobre a taxa global do varejo.
Em termos regionais no ano de 2007, os maiores acréscimos no volume de venda do varejo ocorreram em Alagoas (19,2%), Maranhão (14,3%), Mato Grosso do Sul (13,3%) e São Paulo (12,5%). No Paraná o volume de venda atingiu 6,9%. Somente o Estado de Roraima registrou variação negativa de -0,1%.
No Paraná, crescimento foi de 7,5% no ano passado
No Paraná, as vendas do comércio fecharam o ano de 2007 com crescimento de 7,5%, se comparado com o ano anterior. Já na comparação dezembro de 2007 com dezembro de 2006, a expansão foi de 5,46%. Os números são da Pesquisa Conjuntural do Comércio, da Federação do Comércio do Paraná.
A sondagem também aponta uma diferença por regiões no acumulado do ano. Em Curitiba e região metropolitana o crescimento foi de 6,98%. Em Londrina atingiu 10,57%, e em Maringá, 8,19%. Já na região oeste do Estado – Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon -, as vendas cresceram 6,49%.
Segundo o consultor econômico da Fecomércio, Vamberto Santana, existia uma expectativa de maiores vendas para dezembro de 2007 comparando-se com o mesmo período de 2006. Porém, compromissos assumidos na compra de bens de maior valor em períodos anteriores, como compra de veículos ou casa própria, empréstimo consignado, antecipação de compras, fizeram com que esta expectativa não se realizasse.
Por outro lado, o bom desempenho das vendas no ano de 2007 refletem uma série de fatores importantes, como, o aquecimento da construção civil, agronegócio em expansão, facilidades no financiamento, preços estáveis com inflação controlada, e valorização cambial do real, favorecendo compra de importados. Entre os setores que mais cresceram em vendas em 2007 aparecem concessionárias de veículos, autopeças e acessórios, materiais de construção e lojas de departamentos.